Detrás de uma máscara, o “novo normal”. Ainda não me acostumei com o novo acessório incorporado. Ainda menos acostumada e conformada estou com o chamado “novo normal”.
Não me espanto. Minha Mãe é Um Saco nasceu exatamente disso: de não se conformar com o “normal”, no caso, o desastroso relacionamento com filho adolescente. Em vez disso, vigio para não ser, de novo, capturada pelo “tudo igual”.
Assim me libertei de todo o “normal” relacionado à adolescência: na vida real de mãe de dois, foi “nada” pra mim. Na verdade, foram amarras de uma crença perversa de um normal negativo que escraviza, cega e limita famílias de conviver.
Por isso, sou forçada a usar máscara… mas não me conformo com o novo normal…
doente de uma relação triste e pobre com mundo … e com filho adolescente. Ainda que o mundo insista em tentar me convencer de ser mãe – e cidadã – que não desejo ser, continuo alerta para não me deixar escravizar – de novo – ao normal indesejado.
Aprendi a lição: mundo melhor depende de mim sendo e formando pessoa melhor para ele.
Portanto, sigo a determinação mas… não me conformo. Em vez disso, continuo a busca incessante de saídas. Não as “normais” fáceis e preguiçosas; muito menos as românticas e teóricas: busco as realistas e práticas, duras e difíceis porque estas são perenes e efetivas. Estas são TUDO para mim.
Portanto, não nos contentemos com o desvirtuado normal que embaça nossa visão de mundo e nos paralisa diante do novo. Tudo contribui com nosso exercício maior de continuamente aprender e, assim, nos aprimorar como seres humanos.
O mundo, mais do que nunca, urge pessoas melhores inconformadas com o normal. Pais de adolescente que somos, sejamos e formemos estas pessoas. ESTA missão é nossa. MAIS AINDA agora, detrás de uma máscara.
Xila Damian
Formada em Letras na PUC-RJ e fã da escrita, Xila ingressou na vida corporativa ainda estudante como Secretária Executiva de grandes empresas. Seu gosto pela escrita foi crescendo à medida em que aprimorava sua habilidade por exigência da profissão até que descobriu que a obrigação podia também lhe servir de prazer em registros marcantes de sua vida pessoal, tais como a primeira gravidez, o primeiro filho... até virar fonte de transformação em momentos de dor e angústia, alegria e tristeza, medos e dúvidas. Neste crescimento pessoal, foi inspirada a valer-se da tecnologia e da globalização para disseminar a nova lente pela qual descobriu viver a maternidade e especialmente a fase da adolescência de seus filhos de uma forma diferente da habitual. Parte do resultado desta inspiração está aqui em forma de artigos tocantes, divertidos e até duros mas, sobretudo, realistas e práticos, exatamente como Xila desejava encontrar e acabou assumindo para viver uma experiência transformadora e edificante junto com seus adolescentes, não mais sozinha. Bem-vindos ao terreno de pais de adolescente "de hoje"; bem-vindos à mudança sim difícil, mas totalmente possível a quem quiser buscar - de verdade - uma relação humana, imperfeita e, ainda assim, incrível na fase em que pais e mães "são um saco!"... como dizia meu adolescente. Xila quis.
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