atleta adolescente

Um Salve pra você, meu adolescente atleta virtual!

by Xila Damian

A paixão por esportes me fez torcedora efusiva e, depois de ter-me tornado mãe, a torcedora ficou ainda mais efusiva. Que o digam filhos dentre eles, o atleta virtual, que parecem “sofrer” com tamanha empolgação e incentivo.

Adolescente, atleta virtual… e mãe torcedora

Na arquibancada de jogos escolares, clubes e escolinhas, gritava, torcia, levantava, sentava; braços pra cima e dedo em riste, reclamava de pontos mal marcados, gols inválidos, jogadas ruins.

Não à toa, depois do jogo, também escutava:

– Pô, mãe, para de gritar!

– Mãe, fica quieta… precisa torcer assim?  Que saco!

xxxx

A tecnologia me apresentou novas modalidades esportivas e, junto, novos tipos de atleta também: o virtual, caso específico do meu filho adolescente. Pra acompanhar a inusitada e, até então, desconhecida dinâmica virtual de games não tive escapatória: tive que aprender.

Como dito por aí: não basta ser mãe, tem que participar.  Foi assim, aderindo às novas circunstâncias que me mantive conectada a filho adolescente nativo digital.  E foi literalmente participando como torcedora de filho atleta virtual que desvendei uma arquibancada bem diferente da habitual.

No lugar do convencional local físico, ingressei em território virtual de mensagens online.  Nas transmissões de campeonatos ao vivo (conhecidas como “lives“), é lá que torcedores torcem por seus times.  E muito!  Não mais gritando como antes mas… escrevendo.

“Postando” mensagens, fervorosos torcedores e fãs enviam recados a ídolos, pedem um “oi” aos narradores – “manda um salve prá mim!” e o que parece ser um dialeto particular a jovens atletas virtuais complica ainda mais com a adição de códigos e abreviações ininteligíveis a leigos.

Torcida ao atleta virtual repaginada

E-sports é, definitivamente, um mundo diferente do que conhecia até então.  Os jogos, a torcida, a comemoração, a reclamação, tudo tem uma dinâmica peculiar só possível de ser efetivamente usufruída por quem se empenha (e gosta, claro) em conhece-la de perto.

Foi o meu caso.  Por razões óbvias:  meu filho adolescente é um dos jogadores.  Não por acaso, portanto, me esforcei para entender este mundo novo de modo a acompanhar e viver a experiência de ser mãe de gamer.  Depois de muitas participações (inicialmente perdida), avancei de nível.  Hoje, sou torcedora do “alambrado virtual”.

Torço por meu atleta virtual e equipe na comodidade de casa. Não só assisto campeonatos virtualmente como também torço efusivamente da arquibancada por mensagens online.  Passada a estranheza e a pouca intimidade com a inusitada dinâmica, aprendi o caminho da nova modalidade.

Gradualmente, fui me ajustando às circunstâncias registrando mensagens de incentivo e parabéns aos atletas virtuais da equipe.  Adaptada e, confesso, já confortável no novo alambrado virtual, vivi minha primeira experiência de “chamada” do filho gamer.

Mãe, dá um tempo com as mensagens… que saco!

Como nos ginásios, filho irritado com a mãe-torcedora-esfuziante, agora na porta ao lado, deixou sua “base” pra me censurar por tamanha empolgação.  Bufei.

– Pô! Não posso torcer, não é? – respondi igualmente irritada.

Desconcertada, voltei à torcida tentando baixar a bola.  Timidamente, prometendo me comportar, me mantive quieta até que, reiniciado o jogo, o narrador anuncia:

– Vejam só quem está aqui! A mãe de um dos nossos atletas!  Vamos dar um salve para a Sra. Xila que hoje nos homenageia assistindo o jogo com a gente!

Era o momento “olha eu aqui, Galvão!” nunca vivido na clássica arquibancada dos estádios de futebol.

De repente, uma rápida e longa sequência de mensagens com “Salve, tia!!” rola na tela.  Naquele momento, pensei e senti:

– Deve ser essa a emoção daqueles reconhecidos pelo famoso comentarista esportivo nas arquibancadas.

Desnecessário dizer mas, claro, retomei o ânimo e, a partir de então, nada nem ninguém me segurava mais. Contagiada pela energia do alambrado virtual, a vibração de torcer por meu atleta virtual voltou mais forte.  A torcedora ficou ainda mais efusiva… para o desespero de filho.

O jogo da vida de mãe de adolescente

Há mesmo quem diga que este novo mundo tecnológico seja permissivo; pensei assim um dia. Porém, a experiência vivida na pele e de tão perto me fez mudar de ideia. Descobrir novos caminhos para se ajustar às novas circunstâncias é hoje meu maior exercício como mãe de adolescente nativo digital e atleta virtual.

Te convido a também conhecer, por necessidade ou por curiosidade, este novo mundo de inusitadas possibilidades.  Certamente se surpreenderá ao descobrir uma dinâmica diferente e, por isso mesmo, incrível de ser vivida.

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Já posso dizer que tive meu momento Galvão com emoção redobrada porque o vivi com filho adolescente.  Por isso, em nome de mais esta experiência suada, inusitada e incrível proporcionada por filho nativo digital, registro também aqui meu mais efusivo e caloroso “Salve!” pra ele.

Definitivamente, ser mãe de adolescentes nativos digitais tem me tornado pessoa melhor. Todo dia e a cada fase do jogo da vida.  Salve!

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6 Comments

  • Sobre adolescentes, games, superação... e magia! 3 de novembro de 2020 at 12:35

    […] sugeridas: Salve!, Qual seu legado para filho adolescente?, Pensei ter perdido filho para a […]

  • Vitória de filho adolescente... e de pais 6 de fevereiro de 2020 at 17:52

    […] sou mãe de gamer profissional, pro player, cyberplayer ou, ainda, atleta virtual.  Provavelmente esteja franzindo a testa ou torcendo o nariz […]

  • Marcia Barros 12 de março de 2017 at 09:49

    Xila, minha linda, você é uma pessoa única e uma mãe absolutamente MARAVILHOSA!!!
    Um milhão de “SALVEs ” para você e seus dois adolescentes.
    Acredite, eles reclamam mas levarão essa sua parceria pelo resto da vida!!!
    Beijão, minha querida, e parabéns pelo trabalho aqui no “Minha Mãe É Um Saco”

    • xilaadmin 18 de março de 2017 at 16:13

      Querida e saudosa amiga… só você… ❤️

  • Silvia lopes 12 de março de 2017 at 09:15

    Kkkkk nossa vc está demais!!! Parabéns Xilaaaa !!! Acho que vc poderia escrever um livro!!

    • xilaadmin 18 de março de 2017 at 16:14

      Quem sabe não me descobrem… senão, eu mesma me patrocino… kkkk bjs

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