Quando conhecer sobre métodos contraceptivos não bastam para conscientizar adolescentes sobre a armadilha de uma gravidez na adolescência
Os riscos de uma gravidez precoce e não planejada na adolescência podem ser uma verdadeira armadilha para nossos filhos adolescentes. A gravidez na adolescência acarreta uma série de impactos sociais, familiares e pessoais. Inevitavelmente, interrompem o curso natural dos planos em desenvolvimento para a vida de seu adolescente.
Surpreendida com a notícia de que seu amigo engravidou uma adolescente, me contive para não iniciar o sermão que costumava dar quando vislumbrava uma oportunidade de dar lições em conversas com meu filho adolescente. Já alerta para este tipo de cilada, escutei sua história.
Angustiada com situação inesperada, me coloquei no lugar dos pais daquele adolescente: “o que faria se o mesmo acontecesse com meu filho?” Inevitável o pensamento que passa: “isso pode acontecer com qualquer um.” A alarmante estatística de que 1 a cada 5 crianças nascidas é filha de adolescente, me preocupa ainda mais, considerando ser eu
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mãe de dois adolescentes.
A desinformação sobre vida sexual e a falta (ou má) utilização de métodos contraceptivos são apontados como os vilões deste número estarrecedor. Se prevenir gravidez na adolescência dependesse apenas da orientação sobre métodos contraceptivos, minha tarefa já estava concluída. Porém, me inquietei: isso não parecia ser suficiente para conscientizá-lo sobre os riscos de uma gravidez na adolescência.
Antes disso, precisava fazê-lo entender a responsabilidade que agora passaria a ter sobre suas próprias escolhas. Mais que ensinar como se prevenir, expliquei ao meu filho adolescente o porquê dessa prevenção dando-lhe a real dimensão das consequências de uma gravidez na adolescência.
Nesta busca anterior ao conhecimento sobre métodos contraceptivos, reuni “11 Maneiras de Como Conscientizar Filho Adolescente Sobre o Impacto Desse Fato Inesperado em Sua Vida” que serviram como base para uma conversa adulta sobre o tema. Buscava, com isso, reduzir o risco de ser ele parte daquela preocupante estatística de gravidez na adolescência.
11 Maneiras de como conscientizar filho adolescente sobre o impacto desse fato inesperado em sua vida
Adolescentes são seres sexuais em seu auge; não há como negar o risco de uma gravidez na adolescência com tanto hormônio circulante. Adolescentes fazem sexo e encontrarão meios de fazer se assim decidirem. Coube a mim, portanto, ganhar sua confiança para orientá-lo sobre aspectos que o ajudem a decidir em vez de tentar controlá-lo, vigiá-lo ou impedi-lo.
Oportunidades existem a toda hora e em qualquer lugar. Pensando assim, venci o mau jeito e a “alergia” inicial sobre o assunto convidando meu filho adolescente para a conversa sobre gravidez na adolescência. Desconcertado e impaciente, reagiu:
– Ai, mãe… que saco!
Que mais você quer falar sobre isso? Já sei tudo sobre camisinha, contraceptivos… tá bom, né?
Escolhi o tom certo da conversa cuidadosamente. Iniciei um diálogo aberto, sincero e adulto, o que contribuiu para estabelecer o ambiente seguro e sério a que propunha. Adotei as 11 Maneiras abaixo compartilhadas, que me ajudaram a dar a real dimensão sobre os riscos de uma gravidez na adolescência ao meu filho. Estou certa de que você também se beneficiará delas:
1- Trate o assunto sem tabus: sexo é bom e é natural do ser humano; faz parte e pode ser um dos maiores prazeres da vida.
2- Em tom de voz natural e falando como que para um adulto, aborde o assunto gravidez na adolescência como um risco possível a qualquer um, inclusive a ele se não consciente dos riscos.
3- Reforce seu desejo de não vigiá-lo, mas de orientá-lo a tomar decisões conscientes e responsáveis no momento que as oportunidades surgirem. Isso significa que terá a liberdade de fazer se o quiser, mas que deverá assumir as consequências, sejam elas desejadas ou não. Por isso, a prevenção ser o melhor caminho.
4- Comunique-se com seu filho adolescente sem sermões ou lições de moral. Elimine grandes reações e espantos que só mostram seu julgamento, o que de cara, elimina qualquer chance de diálogo. Ainda mais sobre um assunto que, por si só, já é difícil de ser tratado por todos.
5- Elimine o uso de palavras ofensivas
“você quer ser chamada de p…?” no caso de meninas.
6- Pesquise você mesma informações sobre sexo e as disponibilize ao seu filho adolescente. Mostre, fale o que aprendeu e deixe ao seu alcance para que veja em momento oportuno. Certamente sentirá vergonha e provavelmente te julgue uma sem noção mas, no devido momento, vai dar uma olhadinha no material.
7- Reforce continuamente a importância de ser responsável por suas escolhas; nada mais do que esperado que elas sejam conscientes e não feitas por uma forçação de barra. Seu filho adolescente começa agora a ser o autor de sua vida, inclusive na decisão de fazer sexo.
8- Estabeleça um diálogo propício à confiança e transparência. Talvez a primeira abordagem ainda não lhe garanta escuta ativa, mas já é um começo. E, se neste começo, você conseguir passar sua mensagem de forma tranquila, amigável e aberta.
Já terá avançado bastante.
9- Reforce que decidir por uma vida sexual ativa requer reflexão e responsabilidade. Requer, portanto, conhecer os prós e contras antes de decidir.
10- Esclareça sua posição sobre o tema transmitindo seus valores como guia moral. Seu filho adolescente poderá mostrar certo desdém, mas refletirá sobre suas palavras para formar sua própria opinião.
11- Esclareça claramente os comportamentos inaceitáveis; enumere, exemplifique, relate; nunca é demais reforçar o certo do errado. Neste ponto, não há meio termo. Abusos devem ser exemplificados para não deixar dúvidas sobre o que se espera de uma relação pautada no respeito ao outro.
Conversar sobre gravidez na adolescência é capacitar filho adolescente a fazer suas próprias escolhas
Apresentar métodos contraceptivos para meus filhos adolescentes é, sem dúvida, conhecimento indispensável aos adolescentes nesta fase de descobertas e hormônios à flor da pele. Mas foi adotando as 11 Medidas Sobre os Riscos de uma Gravidez na Adolescência que senti efetivamente uma maior conscientização sobre o impacto que este fato inesperado traz em suas vidas.
Conversar sobre gravidez na adolescência não é uma questão de autorizar meus filhos adolescentes a fazerem sexo. Mas de capacitá-los a serem autores de sua própria história; eles se tornam autores de suas decisões e não vítimas de uma situação. Se, fazendo isso, não eliminei os riscos de uma gravidez na adolescência estou certa de que, ao menos, os reduzi significativamente.
2 Comments
Xirim, cd dia gosto mais das suas postagens. Mesmo não tendo mais adolescentes em casa, mtas situações ainda são comuns qdo temos filhos jovens morando em casa. Parabéns! Bj
obrigada, nath! espero estar contribuindo de alguma forma. à vontade para sugerir temas tb! bj