Sexo na adolescência é tabu pra você? Então liberte-se porque a responsabilidade de educar o filho sobre sexo continua sendo dos pais.
Não estava preparada para escutar o que meu filho pensava sobre sexo na adolescência
Sexo na adolescência era tabu prá mim, assunto desconfortável de eu conversar com meu filho. Ainda assim, inevitável se quiser ajudá-lo a iniciar sua vida sexual de forma segura e saudável. Assistindo um filme juntos, rolou uma cena de sexo. Senti que, na aparente normalidade da cena, ficamos sem graça um com o outro. Eu, intimamente, torcia prá que a cena acabasse logo, estava constrangida.
Passado o filme, pensei que talvez fosse o momento para algumas orientações. Puxei assunto:
– O que achou da garota? perguntei.
– Mó gata. Pegaria… – respondeu.
Fingindo normalidade com a objetividade da resposta, segui:
– Sério? Ela me pareceu tão vulgar! Se insinuando o tempo todo… não deu nem a chance de o garoto correr um pouquinho atrás, de conquista-la…
– Mãe?! A garota tava a fim, maió gata, ele gostou dela. Quando garota fica de mimimi é um saco. Não sei quem inventou que tem que ser difícil… – retrucou.
Surpresa e assustada, me calei. Talvez por temer o que poderia ouvir mais se seguisse com aquele diálogo. Percebi que ele não estava muito interessado em compartilhar detalhes do que sexo na adolescência significava prá ele. Talvez eu também não estivesse preparada para escutar o que teria a dizer sobre isso.
A cada lição dada, a conversa se esvaía: o diálogo sobre sexo virou um monólogo
Sexo na adolescência é fato. Nossos bebês cresceram e hoje adolescentes são seres sexuais em plena ebulição. Portanto, o primeiro passo para uma conversa sobre sexo na adolescência com filho é aceitar o fato de que ele tem/terá vida sexual.
Apesar de fazer parte da vida do adolescente, sexo e pais não combinam: filhos não gostam de dividir esse assunto com mãe nem quando oportunidades como assistir um filme nos pareça tentador para puxar conversa. Orientar filho sobre sexo na adolescência é sim uma tarefa desafiadora.
A opinião do meu filho sobre a garota do filme me intrigou. Por várias vezes, quis retomar o assunto sem encontrar um jeito prá isso. Criei então. Durante uma carona, perguntei sobre a escola, os amigos e… as garotas. Cheguei onde queria: sexo na adolescência.
A cada resposta, sentia o desejo de lhe ensinar algo, reforçar comportamentos esperados, alertar sobre métodos contraceptivos. A cada “lição” dada, a conversa se esvaía. O diálogo virou um monólogo em tom de sermão.
O fácil acesso à informação não me libera da responsabilidade de educar meu filho sobre sexo
Em plena era digital, informação rápida e disponível é o que não falta. A curiosidade e as dúvidas que tínhamos no passado, hoje são facilmente respondidas em um clique na internet. Se por um lado o fácil acesso à informação torna nossos filhos atualizados sobre sexo na adolescência, por outro não nos libera de educá-los sobre o tema.
As tentativas fracassadas de uma conversa mais profunda sobre sexo na adolescência com meu filho me mostrou que, de fato, o assunto é um tabu. Não só prá ele, mas prá mim também. Como ele, também penso que sexo e filho não combinam. Saber que meu filho tem uma vida sexual me constrange.
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Pedi a um parente próximo para ter uma “conversa de homem” com meu filho. De pronto, me respondeu com uma grande gargalhada:
– Você acha que aprendi como? Com amigos e revistas. Não tem essa de ensinar a não ser sobre sobre sexo seguro e comportamentos esperados e inaceitáveis. – respondeu tentando manter-se sério depois da “piada” do pedido.
Passado o constrangimento da gargalhada, digeri a resposta e, de certa forma, me senti um tanto aliviada. Se orientar meu filho sobre sexo na adolescência era ensiná-lo sobre sexo seguro e saudável, minha tarefa tornou-se um tanto mais fácil.
E foi durante uma conversa despretensiosa sobre um casal amigo recém-formado que o assunto surgiu. Naturalmente, falar de sexo seguro e dos diferentes métodos contraceptivos disponíveis tornou-se pauta e, arrisco dizer, pauta de interesse do meu filho.
Ao ouvir atentamente sobre os cuidados necessários para um sexo seguro e saudável, conseguimos estabelecer um diálogo, não mais um monólogo. Curioso sobre os diferentes tipos de contraceptivos e proteção contra doenças, meu filho não só demonstrava seu interesse pelo assunto mas sua iminente (senão consolidada) experiência sexual.
Orientar meu filho sobre sexo é mais importante que o embaraço de conversar sobre o assunto
Ser mãe de adolescente é apoiar filho na descoberta de sua própria identidade. Ciente de que sexo na adolescência é uma das experiências mais marcantes de sua vida, aprendi a vencer tabus como sexo na adolescência. Afinal, educá-lo continua sendo minha responsabilidade apesar de toda a informação disponível.
Não saberei sobre as experiências sexuais do meu filho adolescente e já nem quero. Só espero que sejam boas e seguras. Vencido o constrangimento inicial, aprendi o caminho do diálogo aberto, honesto e adulto para lidar com tabus como este. Que venha o próximo: não cairei mais na cilada do monólogo.
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