relacionamento com filho

Quando o relacionamento com filho adolescente cai no automático

by Xila Damian

Histórias boas com filho adolescente

A complexidade da vida está impedindo as pessoas de se relacionarem. A vida rápida e dinâmica de hoje contribuiu pra isso mas o fato é que está fácil manter um relacionamento com filho adolescente no automático. O impacto das mudanças inevitavelmente nos atinge. Gostando ou não, tive que fazer ajustes para continuar junto de filho adolescente.  De outra forma, seria desperdício de energia e de oportunidade de conviver com ele.

A vida corrida e cheia de compromissos me tornou uma mãe-general, uma profissional dura, uma mulher presa a regras.  Enrijecida por normas, convenções e obrigações, perdi a leveza das relações. Moldada pelo automático da vida, perdi a convivência pelo puro prazer de estar junto, inclusive com filho adolescente.

Não lembro o estopim dessa descoberta; só a insatisfação de viver no automático. Sentia falta das relações humanas de qualidade, do prazer da convivência além dos deveres. Ser mãe de adolescente não podia ser ditar regras, controlar filho e ter certezas absolutas; pra mim, tinha que ter boas histórias para viver e recordar também.

O prazer da convivência havia se perdido

Empurrava com a barriga a vida no automático. Movida a listas de afazeres, seguia uma agenda à risca sem tempo para imprevistos ou até emergências. Cheguei a me orgulhar de ser tão ocupada. Não sabia, contudo, que a vida não precisava ser assim.

Vivi a infância de filhos intensamente. Ainda que trabalhando fora, o pouco tempo que me restava sempre os tinha por perto. O convívio com eles se tornou histórias memoráveis de um tempo feliz e leve (apesar da canseira). Adolescentes, naturalmente “soltei as rédeas” e eles, ganharam autonomia; era hora de assumir algumas responsabilidades por conta própria.

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Desconhecia, porém, que aquela “independência” me levou a ser uma mãe-general. O pouco tempo do convívio em família se tornara sessão de cobranças por notas escolares, tarefas domésticas e compromissos. Lembro quando o filho adolescente, certa vez, explodiu:

Saco, mãe! Você só manda e cobra! Tá sempre acelerada! Quando chega em casa, é só reclamação e ordem… chato! Não dá nem vontade de estar em casa quando você chega!

Aquele dia foi marcante. Escutar aquela crítica de filho adolescente foi como levar um soco no estômago. Talvez porque fosse verdade, o que provou ser mesmo. Nosso relacionamento de mãe e filho adolescente havia se convertido em uma relação chata de cobranças e deveres. O prazer da infância havia se perdido em algum lugar no passado.

Relacionamento com filho: Priorizando as relações

Os dias subsequentes foram difíceis. A vida continuava no automático mas o coração… O ritmo incessante, a agenda cheia e as responsabilidades perderam a graça. O orgulho de outrora se tornou insatisfação que logo se tornou inquietação. Súbita e simplesmente, meu filho conseguiu me mostrar que vivia no automático. Sem perceber, me tornara uma pessoa pesada para conviver.

Possivelmente outros compartilhavam da mesma opinião mas nenhuma teria maior peso que a do filho. Profundamente incomodada, me dispus a resgatar a leveza perdida. Queria viver a adolescência junto do filho com a certeza de que teríamos boas histórias para contar no futuro.

Vivemos de relações; fortalecê-las depende de nossa vontade e esforço. O prazer e a leveza do convívio sem metas e perfeccionismos estava lá, só precisava ser resgatado. Pra isso, passei a priorizar as relações observando, escutando, aprendendo e relevando mais. Aprendi a dar pesos diferentes às inúmeras variáveis da vida corrida.

Ser humano é saber se relacionar

Chega a hora em que, seguindo no automático da vida, a conta chega. Comigo chegou quando o relacionamento com filho adolescente caiu no automático sem perceber. Foi hora de mudar. Uma vida de sucesso pressupõe minha capacidade de construir relacionamentos saudáveis e estava disposta a trabalhar pra isso.

As obrigações e responsabilidades continuariam existindo e me exigindo mas o prazer da vida, não. Mudei a tempo. A mãe-general de outrora perdeu patente mas ganhou o convívio com filho adolescente consciente de que ser humano é, antes de tudo, saber se relacionar. O relacionamento com filho adolescente.

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