violência entre pais e filhos adolescentes

Violência entre pais e filhos

by Xila Damian

O respeito e a admiração entre pais e filhos adolescentes vem antes do amor

Em palestra sobre violência entre pais e filhos, o psicólogo afirmou: “Não espere amor de seu filho adolescente; espere respeito.” Por um bom tempo, refleti temerosa sobre aquela afirmativa. Com o tempo, digeri a idéia e entendi o que disse: amamos quem respeitamos e admiramos. Respeito deve vir antes, portanto.

Em meio a tantos casos de violência entre pais e filhos adolescentes, me surpreendo mais com a falta de consciência dos pais sobre seu papel educador e menos com os conflitos em si.

Hoje, consciente da importância do respeito mútuo na relação entre pais e filhos, me angustio quando escuto histórias de violência entre pais e filhos. Cegos e perdidos, pais e filhos se embrenham em uma relação conturbada que só aumenta a distância entre eles.

Discutindo esse crescente quadro de violência entre pais e filhos adolescentes, não receio dizer que vivemos a era da intolerância. Seja por qualquer motivo, pelo cansaço físico, pelo estresse psicológico, pelas injustiças sociais, não importa, nos tornamos perigosamente intolerantes, até mesmo com nossos entes mais preciosos.

Sem perceber, descarregamos frustrações, fracassos, rixas em cima daqueles que nem sempre são a causa de nossos problemas. Mesmo que fossem, o caminho está longe de ser esse.

O fato de podermos ser integralmente quem somos na segurança de nosso nosso lar, nos leva a mostrar também o nosso pior. Sem filtros e intolerantes, atos de violência entre pais e filhos acontecem com frequência e em ritmo escandaloso.

É preciso enxergar a raiz do problema para interromper o ciclo de violência entre pais e filhos adolescentes

Há pouco tempo, comecei uma conversa despretenciosa com pai de um adolescente. Sem saber como, o papo tomou uma proporção de terapia em que o pai aflito e triste relatou fatos que justificavam sua angústia: não sabia como evitar as constantes situações de violência verbal com filho adolescente.

Desabafou relatando uma delas:

– Ele já é bem crescidinho e ainda não sabe o que quer fazer da vida? Já dei o que tinha que dar: educação, saúde e moradia! Agora é a vez dele mostrar alguma iniciativa e dar resultados ao meu investimento! Que saco! Se pensa que vou continuar bancando suas dúvidas por mais tempo, ele está enganado! Na minha época, não tive ajuda pra nada e construí meu caminho sozinho! Ele é um mimado e não dá valor a tudo que tem e que eu dei!

Só de relembrar suas palavras cheias de ressentimento, dor e intolerância, me sinto igualmente angustiada. Pelo pai e pelo filho.

Aproveite nossa página do Facebook e compartilhe mais experiências: Clique aqui!

Não tenho dúvidas do amor que seu pai sente por este filho. Não tento saber do inverso. O que noto (talvez por reconhecimento da situação) é uma profunda cegueira deste pai desesperado e já intolerante sobre o filho inseguro e ávido por seu apoio… emocional!

Entendi plenamente o sentimento de impotência que o pai demonstrava e não pude me furtar de sacudi-lo com uma visão de quem vê de fora e que viveu situação parecida. Precisava ajudá-lo a enxergar a raiz do problema e tentar parar com o ciclo crescente de violência entre pai e filho antes que não tivessem mais volta.

Tentando reproduzir literalmente a educação que recebi, cometi um dos maiores erros como mãe

Violência entre pais e filhos já me soa mal. Só de imaginar uma relação pautada na violência (seja ela qual for) faz meu coração estremecer. No entanto, sabemos ser isso uma realidade em muitos lares. A questão é: como evitar situações que nos levam a esse ponto?

A experiência de mãe de adolescente aliada a estudos, leituras, discussões, auto-conhecimento e muito, muito exercício prático me permitiram descobrir caminhos de como evitar violência entre pais e filhos. Respeito ao indivíduo foi, sem dúvida, o passo inicial.

Pode parecer clichê, mas costumava ditar regras ao meu filho todo o tempo como se ser mãe de adolescente se resumisse a reproduzir literalmente o que aprendi na minha fase de adolescente. Foi um dos meus maiores erros.

Não porque não admire a educação recebida ou porque não acredite nos resultados alcançados. Mas, não bastasse o fato de vivermos em contextos diferentes, em sociedade diferente, em eras diferentes, somos pessoas diferentes. Pensamos, agimos, desejamos, gostamos diferente.

Tudo, absolutamente tudo é diferente!

Mas não se assuste! Isso é bom! Por mais que possa dar aquele frio na barriga de não saber o que, nem como fazer com o desconhecido, é por meio dele que aprendemos e evoluímos. A partir dessa atitude de descobertas e aprendizado com meu filho adolescente, afastei de vez o risco de continuar sendo a mãe-general que só nos afasta afastava.

Pensando assim que estiquei a conversa para compartilhar minha experiência com aquele pai sofrido e ajudá-lo a refletir. Quem sabe mudaria seu próprio quadro de violência entre pais e filho adolescente?

Dividi, portanto, meus achados: 7 Formas Infalíveis de Como Evitar a Violência Entre Pais e Filhos Adolescentes.

1- Estabeleça regras inteligentes. Ninguém discute a importância das regras na vida do adolescente. Mas questiono nossa capacidade de firmá-las com equilíbrio entre as negociáveis e as inegociáveis. Nem tudo é passível de regras e penso se não acabamos por incutir pressão demais onde não precisamos. Fica o convite: liste o que você entende como os dois tipos, discuta-os com seu/sua parceira. Vocês podem se surpreender com as opiniões diferentes que podem surgir.

2- Aprenda a dialogar com filho adolescente. Sim, é difícil e, por isso mesmo, exige esforço, conhecimento, exercício contínuo de diferentes abordagens até descobrir aquela que dá certo na sua dinâmica familiar. Dever de pais! Esqueça receitas prontas:

Somos diferentes, lembra?

3- Encontre o equilíbrio entre dar e puxar linha do filho adolescente. Isso é dar autonomia! “Criamos filhos para o mundo”, você já deve ter escutado essa frase. É verdade! Permita que seu filho adolescente descubra seu próprio caminho! Tentar fazê-lo seguir o mesmo trilhado por você, com mesmas opiniões e experiências só vai tolher as inúmera novas possibilidades que a vida lhe reserva. Sendo boas ou ruins, ele precisa escolher por si mesmo.

4- Transmita valores morais e éticos e formará indivíduo digno de respeito. independente do caminho que escolher, estará respaldado do bem maior que é dignidade. Já será um vencedor em um mundo tão caótico e pobre de valores.

5- Demonstre com atitude o amor que sente por seu filho adolescente, independente das diferenças. Como? Começando por ouvir mais que falar; por perguntar sua opinião antes de ditar regras (negociáveis, após seu exercício, lembra?); por se interessar por seus sentimentos antes de impingir-lhe expectativas; ele pode se sentir incapaz de atendê-las, já pensou nisso?

6- Ajude seu filho adolescente na busca de sua identidade. Como? Abrindo sua própria cabeça para novas possibilidades, se abstendo das negativas iniciais, que fecham e tolhem as idéias. Permita-se exercitar a idéia do novo, do “diferente de sua época”. Tenho certeza que você se surpreenderá com as novidades que o mundo atual oferece, inclusive a você!

7- Apoie seu filho in-con-di-cio-nal-men-te. Todos cometemos erros, escolhemos mal, vivemos conflitos, dúvidas, nos descontrolamos. Somos humanos, falíveis. Não somos super-heróis e, acredite, nosso filho não espera isso! Ao contrário, ele quer pais humanos, que os entendam, que os ajudem a desvendar o mundo junto com ele.

A prerrogativa da mudança de atitude é dos pais

A conversa foi profunda e comovente. Sabia que seria. Duro reconhecer nossa cegueira quando podíamos simplesmente aceitar o outro com suas diferenças.

Por experiência própria, aprendi a aceitar meu filho adolescente do jeito que ele é, bem diferente de mim. Descobri que meu amor incondicional vem exatamente daí: porque meu filho é único, insubstituível. É meu filho!

Casos de violência entre pais e filhos adolescentes mudam a partir da conscientização dos pais em adotar atitude de respeito ao filho. Quer você (e aquele pai) goste ou não, a prerrogativa de mudança é dos pais! Portanto, nossa!

Pra isso, fuja das ciladas e exercite incansavelmente o respeito. Quem sabe aí, então, não possamos esperar o amor deles também?

No Comments

Leave a Reply