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Adolescência: que fase!

by Xila Damian

Não é fácil engajar seu adolescente contribuindo com as tarefas domésticas. Apesar de já ter lido e recebido dicas de como mobilizá-los em troca de um “prêmio”, confesso que não me convenci  dessa estratégia. Puxando pela memória, aprendi a ajudar (ok, à força) em casa porque não tive escapatória: ou ajudava ou ajudava. E pronto! Hoje entendo a família como um time em que cada jogador exerce um papel para o “jogo” dar certo. Mas isso entendo HOJE, diferente do meu adolescente que sequer imagina essa dinâmica tão profunda. Ao contrário, está mais para acreditar ser o centro do mundo e que toda a “engrenagem” de seu dia a dia funciona porque… sim!

Seria injusto, porém, não notar que, aos poucos (muuuuuito aos poucos), esse jogo muda. Alguma hora, a persistência (sim, a persistência!!) compensa. Tarefas simples do dia a dia doméstico começam a ser internalizadas e colocadas em prática sem maiores exigências. A retirada de pratos após as refeições, o lavar a louça (1x/mês, mas já é alguma coisa), o arrumar a bagunça do quarto (1x/semana, o que é um grande passo!); isso é, SEM DÚVIDA, uma evolução…

Adolescente contribuindo no dia-a-dia da casa o ajuda a entender responsabilidades futuras.

Após uma semana fora de casa, fui  (bem) supreendida com o resultado do esforço dos meus primeiros anos de persistência como mãe de adolescente, encontrando louça lavada, casa arrumada, quarto organizado, estórias sendo contadas e até (quem diria!) presente atrasado do aniversário (mas em tempo de redenção)!! Isso é, SEM DÚVIDA, uma evolução…

Entrei na “vibe” do orgulho dos meus adolescentes que, certamente, se esforçaram bastante para corresponder à minha persistência. Arrisquei, então, continuar esta sequência tão bem sucedida de “contribuição” e pedi que arrumassem a mesa para o almoço enquanto organizava o prato principal. Ainda que bufando desgostosos (“já fizemos coisa prá caramba!” reclamou um deles), se renderam ao pedido e, de fato, arrumaram! Uau! Isso é, SEM DÚVIDA, uma evolução…

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Não basta ter o adolescente contribuindo, esperamos “qualidade”!

Movida pela curiosidade de até onde essa participação ia (alguns podem pensar que pelo gosto de viver perigosamente), emendei pedindo que executassem a tarefa “com qualidade”, ou seja, “se é pra fazer, faça bem”. Que completassem a mesa com os talheres devidamente organizados no porta-talheres. Como eles não perceberam a falta deste item imprescindível nas refeições?.
Foi quando, finalmente, a frase ecoou: “Mãe, você é um saco!” 

Ainda que sob protestos e suspiros, a mesa ficou pronta mas, com um detalhe em represália. Misturando as cores dos talheres!

Foi o sinal que inconscientemente esperava (mães de adolescentes também tem sua dose de masoquismo) para também virar os olhos e bufar frente ao fato de que nada (nem ninguém) é perfeito e que o caminho é longo.

Eis a confirmação de que a árdua estrada de aprendizado (e paciência) desta fase é tarefa para poucos, mas cabe às persistentes mães de adolescentes resistirem… apesar das represálias. Como eles mesmos andam repetindo por aí:  Que fase!

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