Mico? Eeeeu?!

Mico?! “Mãe, já pode vir.”  Quantas vezes meu adolescente me liga para avisar que “ok, estou pronto para ir embora, pode vir me buscar”.

Por vezes, esta função de motorista por si só me irritou, até que um dia recebi a instrução de, ainda por cima (!), parar afastada do local combinado. Sim, não bastasse a função, descobri que passei a ser o mico também, o que me fez lembrar de quando EU era a adolescente e contava com a carona de uma amiga cujo pai, literalmente, dormia dentro do carro próximo à festa onde estávamos para “facilitar a logística” quando já estivéssemos prontas para ir embora.

Lembro com sorriso no rosto, a boa vontade deste pai que assumia com bom humor e gentileza nesta ingrata função.

Ao desempenhar este papel hoje, me sinto o “mico necessário”

Descobri (quanta descoberta!) que, ao aceitar esta condição, passei a me valer de um bem tremendo: o de saber mais sobre a vida social do meu adolescente ouvindo as histórias pós-festa e (re)conhecendo seus amigos, oportunidade essa, que surgiu do papel de “motorista-mico-necessário”. Entendo agora que aquele pai solícito-sorridente do meu tempo sacrificava seu sono para se tornar mais antenado sobre nós! Que sabido, não?!

Só um detalhe: não me recordo de ter usado a atual frase favorita do meu adolescente naquela época. (será a minha memória seletiva?!). E foi assim que, ao notar minha curiosidade sobre a “saída com a galera” (acho que não disfarcei o bastante), não me poupou: Mãe, quanta pergunta! Que saco!“

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É, o tempo passa (que pena!), a adolescência passa (graças a Deus!). As situações (e micos) de tantas famílias são as mesmas (que consolo!).  Diante disso, decidi rir prá não chorar e, te digo… tem dado certo!