Celebrar é preciso
Anos passaram e, de repente, filho completou dezoito anos. Agora “é de maior”, brinco com ele. O “de menor”, carinhoso apelido consensualmente acordado entre nós, agora não faz mais sentido. No lugar dele, a maioridade de filho não só demanda novo apelido como também novas responsabilidades.
Maioridade de filho foi um marco pra mim. Primeiro porque a transformação física não “batia” com o garoto que ainda enxergava. Depois porque a idade ainda era um argumento fraco pra lhe dar a autonomia que a maioridade exigia. Independente disso, a realidade se impôs e tive de aceitar: o jogo, agora, é pra valer.
Assim, dividida entre o orgulho e o medo da maioridade de filho, dei linha à pipa e assumi, oficialmente, o papel de coadjuvante de sua vida. A partir dali, a vida se encarregaria de cobrar do filho as responsabilidades que, até exercitava comigo. Restou-me, então, curtir o momento e celebrar o marco da nova fase que começa com novos desafios.
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Maioridade de filho é marco de esperança
Filho fez dezoito anos. A idade, que parecia tão distante, chegou. Assim sendo, sou forçada a entregar as rédeas de sua vida. Ansiosa e assustada, as entrego junto com as novas responsabilidades que, agora, extrapolam o ambiente doméstico. Por isso mesmo, mais complexas e definitivas. Lidar com elas, então, fica assustador. Pra ele… e pra mim.
Ainda que pouco ciente da real mudança e enorme responsabilidade que a idade traz, filho se excita com a autonomia recebida e mãe, se apavora pelo mesmo motivo. O marco é verdadeiramente início de nova fase. Pra todos.
Como que recebendo as últimas orientações antes de o novo round começar, filho se inebria com as novas atribuições dadas ainda inconsciente de seu significado. Enquanto demonstro semblante preocupado, titubeia e, sem graça, ameaça reavaliar o momento:
– Saco, mãe! Pela sua cara, acho que tô entrando numa “furada” – reage.
Mais ou menos isso… penso comigo. Desfaço a notória (e inconsciente) tensão no rosto. Afinal, maioridade de filho é marco de vida e precisa, antes de tudo, ser celebrado. Ainda que fosse pela esperança de ver fruto bom. Assim, desarmei: antes de sermos dragados pelo novo poço de preocupações da vida adulta acerca da maioridade de filho, vamos celebrar a esperança!
Preparados e juntos
Entre celebrações tradicionais e alternativas, maioridade de filho é marco de mudança para pais e filhos. Cientes da pressão que a vida passará a exercer sobre o jovem, assistimos aflitos e emocionados o novo capítulo de sua vida torcendo para que a vida seja boa com ele. Sem garantias disso preferi, antes, celebrar.
Se um dia desdenhei ocasiões como essa, hoje as valorizo. De fato, maioridade de filho merece ser celebrada pelos pais como marco de esperança e pelo filho, como encorajamento pra viver sua melhor versão no jogo que agora é pra valer.
Ainda que “de maior”, filho com dezoito continua adolescente e meu compromisso de formar adulto melhor para o mundo Independente das circunstâncias, o exercício não acabou pra ninguém. Portanto, “let the games begin!”. Estamos não só preparados; estamos juntos.
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