Insegurança na adolescência: a espera do momento de enfrentar seus próprios fantasmas!
Filha mais nova de seis irmãos, fui uma criança tímida. Me tornei uma adolescente introspectiva, observadora e avessa a holofotes. Quando mudei para a capital para fazer faculdade, a ficha caiu: sentia medo de me expor. A insegurança na adolescência é uma realidade comum. Por mais que em todo grupo haja aquele amigo dono de si, divertido e extrovertido, todos sofrem de insegurança nesta fase.
Uma das características mais difíceis que o adolescente tem a vencer é a insegurança. O medo que paralisa, que o impede de arriscar até quando está certo de que é capaz de realizar algo, é frustrante. E não há como ajudar filho adolescente a vencer este medo senão aguardar o momento em que ele mesmo enfrenta seu fantasma para alçar voo. Sei disso por experiência própria.
Hora de ajudar filho a vencer seu próprio fantasma
Reconheço esta insegurança na adolescência do meu filho em momentos especiais pra ele: quando quer muito entrar mais no mar para pegar aquela onda, quando quer muito responder a pergunta em sala de aula, quando quer muito comentar algo totalmente fora do padrão das respostas do grupo. Não o faz por medo de se expor, de fracassar, de não dar certo… de não ser capaz.
O risco do insucesso é uma angústia que todos vivemos. Mas o adolescente, por sua imaturidade emocional, sofre ainda mais. Cabe aos pais preparar o filho para os infortúnios que a vida traz. Sabemos o quão difícil é o exercício mas também o valor que tem formar indivíduo seguro de quem é e de suas emoções.
Filho amoroso, neto companheiro, amigo fiel, sobrinho alegre, afilhado atento, adolescente bacana. Com tantas qualidades (e defeitos também, claro), meu filho é inseguro. Tem medo de ousar, de tentar a primeira vez, o que me chama a atenção porque contraria a ideia do adolescente destemido que tanto idealizamos. Diante deste perfil conhecido, tentei usar minha própria experiência como adolescente insegura para ajudar agora meu filho a vencer seu próprio fantasma.
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Quando o filho pode ser como é com os pais
Surf é sua paixão. Vencer o medo do mar já foi um grande passo dado pelo meu filho. Evoluindo no esporte, paralisava quando precisava avançar no mar para arriscar melhores ondas. Saía frustrado confessando:
– Que raiva de mim! Sei que preciso entrar mais… falta coragem! Que saco, mãe! Que faço?
Pra mim era igualmente frustrante não conseguir mudar esta história. Por mais que tentasse encorajá-lo a ousar, sabia intimamente que se tratava de um passo a ser dado por ele. Haveria de acontecer quando a corda estivesse no pescoço, quando ele se sentisse sem saída senão arriscar. Sei porque aconteceu comigo.
Reforçar sua capacidade, suas qualidades ajudaram. Concordar que era difícil vencer o fantasma ajudou a estabelecer empatia e a fortalecer a confiança para que ele pudesse se mostrar pra mim com suas falhas. Nem por isso meu amor e aceitação mudariam. Pelo contrário: me fez querer ajudá-lo ainda mais a se tornar quem ele quisesse ser.
A experiência dos pais para estimular o melhor do filho adolescente
Reforçar os “pequenos” (e corajosos) avanços foi determinante para que meu filho amadurecesse no seu tempo. Respeitar esse tempo de amadurecimento me trouxe um bem maior: o de vê-lo finalmente arriscar e vencer seus fantasmas para se tornar quem ele queria ser.
Meu papel nessa história foi dar-lhe a segurança na adolescência e na vida de que, independente dos insucessos que certamente viriam, a vida precisa ser experimentada, vivida com ousadia. Pra isso existem os pais: para estimular, com paciência e amor, o melhor do filho adolescente. A experiência comprova. Sei porque aconteceu comigo.
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