viagem com adolescente

Férias em família!

by Xila Damian

Fim de ano: sinônimo de viagem em família quando as agendas conciliam e o bolso permite.  Porém, quando há uma viagem com adolescente neste planejamento, outras variáveis se somam a esta já difícil equação…

“Férias! Uhu! Vamos curtir a Conchinchina! Conhecer novos lugares, nova cultura, comidas típicas, passear… sem horários e obrigações!”

Viagem com adolescente: diante de um convite tentador como esse, seria impossível imaginar a recusa de alguém… especialmente “dele”

Isso mesmo ele,  o “meu adolescente favorito”, quase que imediatamente retruca a proposta com um sonoro:

– Não (como gostam desta palavrinha, não?!), não vou.  Não (mais uma vez) quero ir; não gosto da Conchinchina.

Intrigada tanto pela imediata negativa quanto  pela resposta inusitada (já foi à Conchinchina e não sei?), cometi o clássico erro de continuar com o diálogo que nos levaria a lugar nenhum…

– Você já foi à Conchinchina??

E, a resposta que para mim seria óbvia me surpreendeu ainda mais:

– Não (de novo!), mas não deve ser bom.

À parte o nonsense diálogo, senti em tempo que seguir neste caminho tortuoso de argumentos racionais só nos levaria a uma discussão ainda mais ilógica, minaria de vez os planos de férias que, aliás, é privilégio de poucos… Foi quando lembrei de uma leitura especial que explicava como o adolescente se sente vulnerável em território desconhecido.

Pra ele, sair de sua zona de conforto causa aflição de tal forma que negativas e recusas a uma novidade lhes soam garantia de território seguro.  Não sabia que a tal leitura me seria de grande utilidade tão cedo, motivo pelo qual compreendi antes de estourar em impaciência:  filho queria a segurança do conhecido e do estável e a Conchinchina, convenhamos, era exatamente o oposto disso.

Tudo bem, até certo ponto, entendi mas… seu medo não podia virar barreira para ampliarmos nosso conhecimento.  Afinal, era a Conchinchina, caramba!  Assim, antes de me render a uma complacente compreensão de sua insegurança, tomei de volta as rédeas da situação e, as segurando ainda mais firmes, lhe impus a condição fatal:

– Ou vai ou vai!

E, claro, sua frase predileta logo ecoou:

Mãe, você é um saco!

Ainda que sua resposta tenha se prolongado por uma série de outras frases pouco interessantes, foi neste momento que percebi que havia vencido a batalha. De volta aos planos de férias, começamos a fazer as malas.  Eis que, chegado o dia “D”, embarcamos rumo ao paraíso.  Sem regras e horários mas com um wi-fi impecável, condição aceita na negociação.

Não demorou muito e, com sorriso no rosto, filho adolescente passou a desfrutar de mais uma nova experiência em família  Daquela vez na Conchinchina, um lugar não só novo mas paradisíaco onde praticávamos o exercício do convívio diário.

Após os primeiros dias de viagem, mais uma surpresa:

– Mãe, amei esse lugar! Que tal voltarmos aqui um dia?

Aproveite nossa página do Facebook e compartilhe mais experiências: Clique aqui!

Assim é o adolescente: refuta convites “inovadores” dos pais para testar nossa propria segurança.  Não sabe, contudo, que esta é apenas a primeira etapa de uma prova de coragem que está só começando.  Afinal, a Conchinchina é a parte boa do “novo” que ainda vai lhe exigir muito mais do que coragem pra viver.

Pensando nisso, não me importo mais com seus nãos;  estamos juntos nessa experiência que, convenhamos, assusta até os adultos.

Feliz Ano Novo! Que venham mais experiências,  mais viagem com adolescente e, se possível, menos necessidade de negociar partes boas!

Leituras sugeridas: Estipular regras na adolescência, Adolescentes inseguros de pais aventureiros

1 Comment

Leave a Reply