alerta adolescente

“Fala mais alto, mãe!”

by Xila Damian

Fase de descobertas essa da adolescência… hormônios à flor da pele, borbulhando em paixonites, paqueras (ops! Azaração), olhares fortuitos, sorrisos marotos, alerta adolescente. Sob a ótica materna, uma fase de atenção redobrada, sinal amarelo, orientações reforçadas, educação sexual iniciada…

Pensando bem, fase de alerta adolescente total!! Que canseira…

Foi em uma caminhada com meu adolescente (momento raro nesta fase), em que um papo despretensioso rolava, que avistamos um grupo de meninas vindo animadamente em sentido contrário.  Chamou atenção não só o número de cinco meninas que juntas por si só já chamava atenção. Mas também notar o “radar invisível” do meu adolescente piscando ao meu lado acompanhando a aproximação do grupo sem perder o assunto comigo, outro alerta adolescente… É um malabarismo que se aprende desde cedo, não?!

Tudo aconteceu muito rapidamente, ainda que parecesse interminável; Cruzamos por elas e, em em meio ao papo (que já havia perdido ritmo e foco), comentei admirada e baixinho: ” Que meninas lindas!”.  O susto seguinte foi imediato: ao olhar meu adolescente, senti um frio na espinha que me remeteu ao correspondente “deu ruim”  no vocabulário de hoje… “O que falei de demais?”, pensei rapidamente arregalando os olhos como em um código para assuntos não reveláveis em público.  O revide foi um olhar reprovador, testa franzida, braços abertos apontados em minha direção e, claro, sua frase habitual.

“Fala mais alto pra elas ouvirem!! Mãe, você é um saco!”

Desconheço o momento em que a tênue linha da infância e adolescência foi rompida mas,  neste momento, tive a confirmação de que os (ingênuos) elogios do passado não voltam mais… sim, meu adolescente ultrapassou a tal linha e tenho que ser mais estratégica se quiser participar disso.

Resignada e timidamente, então, me desculpei (ainda sem saber porquê),  uma tática adotada que tem me ajudado a romper momentos que facilmente virariam discussões sem nexo (como este, por exemplo).

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Passado o segundo de recuperação, retomei o papo despretensioso como se nada tivesse ocorrido. Em tempo de salvar nossa caminhada sem maiores emoções.  Quer saber?  “As meninas nem eram tão lindas assim”, pensei.  E, desta vez, guardei o comentário… só prá mim.

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