Ao abordar novamente o bullying na adolescência, reforçamos a importância de discutir o assunto.
Quando o bullying na adolescência servia para criar “Carcaça”
As primeiras vezes que ouvi falar de bullying, lembrei de uma situação que eu mesma vivi na escola e entendi o que queriam dizer com a nova palavra. Quando adolescente, fui perseguida por uma colega de turma que insistia em tocar o terror comigo na hora do recreio; fugia dela como o diabo foge da cruz. Tentando me esconder e fugir da situação, sequer cogitava dividir a aflição com alguém: tinha vergonha e, claro, medo.
De coração apertado com a lembrança daquela difícil fase mas sem maiores traumas, minimizei o peso dado ao chamado bullying revivendo a situação e justificando aos meus filhos que isso faz parte da vida: “ganhei “carcaça” para enfrentar medos e conflitos”, dizia.
Não é de hoje que bullying na adolescência existe. Noto, porém, que nomear a prática a deu mais evidência e as pessoas passaram a ficar mais alertas às situações antigas e tipicamente vividas desde a escola.
Comumente ouvimos maneiras de como reconhecer casos de bullying na adolescência. Porém, as recorrentes histórias de traumas e suicídios (!) detonados por esta prática impiedosa me fizeram refletir: como criar aquela “carcaça” no meu filho para evitar a prática com ele? Como prepará-lo para impedir um caso de bullying na adolescência?
O risco de formar adolescentes autoritários e intolerantes é grande
Adolescentes são cientistas amadores. Inconscientes e ávidos por descobrir tudo e qualquer coisa, experimentam tudo. Por isso a importante tarefa de educar adolescentes, de guiá-los nesta jornada de descobertas e orientá-los contra práticas abusivas.
Vivendo em um mundo caótico onde valores são questionados, pessoas julgam e são julgadas a todo momento, o risco de se formar adolescentes autoritários e intolerantes é grande.
Por mais certa de estar transmitindo valores éticos e morais ao meu filho adolescente com base no respeito ao outro, a prática de bullying na adolescência tem o poder de questionar essa máxima em que tanto acredito.
Um dia, chegando em casa cabisbaixo e quieto, intervi meu filho tentando arrancar o motivo de tamanha quietude. Logo retrucou:
– Nada, mãe! Só não quero mais ir para a escola! Que saco!
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Que nunca foi fã dos estudos, já sabia, mas afirmar que queria deixar a escola, isso era novidade. A luz amarela acendeu prá mim e logo investiguei sua vida na escola: seria caso de bullying na adolescência?
Educando meu filho adolescente para não Ser vítima do bullying
Não foi o caso de bullying na adolescência, mas uma fase de tédio mesmo. Mesmo aliviada, a preocupação com o tema permaneceu e serviu de “gancho” para descobrir meios de como preparar meu filho adolescente para não dar brecha a esse tipo de prática, caso precisasse.
Muito se fala de como reconhecê-la e suas causas. Não lembro de escutar alguém dando dicas de como fortalecer o filho adolescente a se precaver da situação, antes mesmo de começar. Não tive dúvidas, era preciso fortalecer sua autoestima e reforçar valores morais.
Cheguei, assim, às 11 Maneiras de Fortalecer Seu Filho Para Não Ser Vítima da Impiedosa Prática de Bullying na Adolescência. Estou certa de que você vai usufruir dessa informação até porque, não encontrei em lugar algum algo parecido que me ajudasse a preparar meu filho contra essa prática:
1- Aceite seu filho adolescente como é, com suas qualidades e defeitos. Sua aprovação pelo indivíduo que ele está se tornando fortalece sua identidade.
2- Aponte e enalteça as qualidades de seu adolescente reforçando o quão especial ele é exatamente porque é assim.
3- Dê exemplo de respeito à diversidade de opiniões e gostos na prática. Demonstre respeito às diferenças sem julgamentos. Viver em sociedade é respeitar o outro integralmente,
independente dos interesses em comum.
4- Aponte claramente o que entende por práticas inaceitáveis. Se preciso, dê exemplos de casos de abusos para não deixar dúvidas.
5- Reforce práticas de respeito e consideração ao indivíduo, desde o “bom dia” dado até a tolerância ao chato ou diferente dele.
6- Reforce a prática da gentileza sob qualquer circunstância até naqueles momentos mais críticos; estes existirão e, neste caso, deverá se afastar para evitar maiores problemas.
7- Ensine o autocontrole e o diálogo, habilidades inestimáveis nos tempos de hoje e, infelizmente, pouco praticadas.
8- Independente de sua religião, pratique o amor ao próximo e faça ao próximo como a ti mesmo.
Seu filho certamente entenderá a mensagem e aprenderá a habilidade da empatia.
9- Demonstre sua disponibilidade para ouvir seu filho adolescente sem julgamentos e soluções prontas. Ele precisa sentir seu apoio, mais do que escutar.
10- Crie intimidade com seu filho adolescente: dê-lhe atenção e tempo, mostre interesse e disponibilidade de ouvir e dialogar. De novo, sem julgamentos e soluções prontas. Ele te buscará para pedir ajuda quando/se precisar.
11- Reforce todo dia: todos somos dignos de respeito. Portanto, nada nem ninguém tem o direito de agredir o outro, não importa a circunstância.
Educando com valores éticos e morais é que se cria a verdadeira carcaça
Minimizei o bullying na adolescência baseada na experiência própria de ter saído fortalecida da situação: hoje minha algoz do passado e eu somos amigas! Porém, aprendi com meu filho adolescente a enxergar as pessoas além de mim o que faz histórias diferentes da minha acontecerem.
A título de corrigir a leitura errada e a pressa de responder às questões sobre bullying na adolescência de forma simplista, educo firmemente meus filhos adolescentes para que sejam indivíduos dignos de respeito com valores éticos e morais. Tenho certeza que, agora sim, a “carcaça” deles está mais do que fortalecida.
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