Quando adolescência e profissão exige abrir-se ao novo
Sou graduada há muitos anos, mas te digo: aprender é para sempre. Lembro que, adolescência e profissão foi uma combinação difícil prá mim. Em fase de escolha, a duração do curso foi um dos critérios que considerei para escolher a profissão. Quando me diziam: “essa faculdade leva 4 anos de graduação, mais 2 de especialização, mais 2 de…”, suspirava já cansada. O desejo de me formar no menor tempo possível era um dos fatores de peso na minha escolha.
Ao contrário daquela fase de escolha, hoje sinto uma enorme inquietação de aprender mais e mais. Sem prazo para acabar, aprender ampliou minha visão de mundo e aumentou minha tolerância ao diferente. Desde então, minha sede de aprender só aumenta. Como mãe de adolescente, vejo que adolescência e profissão continuam sendo uma difícil combinação. Porém, de novas e incríveis possibilidades de escolha.
A tecnologia e a leitura (um bom hábito readquirido) se tornaram minhas parceiras diárias e, à medida que descubro novos temas, autores e opiniões, me conscientizo do pouco que sei e me abro um pouco mais para o novo. Já dizia o filósofo “Só sei que nada sei.”
Conhecer o novo amplia a bagagem de vida
A internet tornou-se um universo de conhecimento acessível a todos. O pré-conceito que tinha contra a tecnologia (leia também) caiu por terra quando percebi que exatamente ela serviria de ponte até meu filho adolescente. Por meio dela, resgatei o relacionamento até então perdido para, hoje, participar de sua adolescência.
O desconhecido nos amedronta e, para lidar com ele, nos apressamos para rotular o que não conhecemos; um meio de tentar driblar o medo do desconhecido. É onde começa a intolerância ao que não conhecemos se instala sem que notemos o quanto estamos perdendo em conhecimento, em aprendizado.
Abrir-se ao novo é oportunidade de ampliar horizontes, eis a sua magia. Conhecer o diferente, independente de seu interesse ou área de atuação, amplia “a bagagem de vida” e nos torna pessoas não só mais informadas, mas também mais interessantes.
Lembro de quando argumentava com meus filhos já na adolescência:
– Como você não gosta disso? Já provou? Experimente para saber e, então, falar se gosta ou não.
– Saco, mãe! A cara não é boa; deve ser horrível! respondia um deles.
Conhecer, experimentar, sejam novos assuntos, diferentes opiniões, novas amizades é aumentar nosso repertório de vida, o que nos capacita a viver melhor e em constante evolução. Ao dar-me a chance de conhecer a “famigerada” internet-causadora-de-conflitos, me livrei do rótulo que limitava o relacionamento entre mãe e filho; aprendi como dialogar com meu filho adolescente.
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Conhecer a tecnologia me levou de volta à adolescência de meu filho
O desconhecimento da internet, das redes sociais e tantos outros recursos tecnológicos me levou a rotulá-los de “destruidores da adolescência”. A mídia também colaborou com esta imagem e, certamente, conversas com escola e outras mães só me fizeram reforçar a idéia de que a “culpa é da internet”.
Por um bom tempo, a tecnologia foi motivo de conflitos em casa. Quando, por desespero, me dispus a conhecer o mundo tecnológico do meu filho adolescente descobri um novo caminho para restabelecer a conexão perdida. Por ironia do destino, a tecnologia que havia “roubado” a adolescência do meu filho, me levou até ele de volta.
Ao conhecer o mundo virtual e tudo o que ele oferece, passei a entender e a participar do ambiente onde meu filho se criou. Feliz de ter-me (finalmente!) falando a mesma língua que ele, passou a me buscar para conversar sobre seus interesses, desejos e planos.
Longe de tornar-me uma especialista no assunto, hoje consigo conhecer os interesses e aptidões desenvolvidos na adolescência a ponto de orientá-lo e aconselhá-lo sobre suas escolhas de vida. A parceria com o novo virtual refletiu na relação entre mãe e filho que hoje se conectam na vida real.
Adolescência e profissão: como ajudar seu filho na escolha?
Vivi na pele o desespero de não saber o que fazer para me aproximar de meu filho adolescente e ajudá-lo nessa fase de transformação e a relação da adolescência e profissão. Ao me abrir para o novo, aprendi e me desenvolvi junto com ele.
O esforço valeu a pena e as dicas de “Como Ajudar Seu Filho Adolescente na Escolha da Profissão foram decisivas para isso:
1- Antes de tudo: se desapegue de conceitos “certo x errado” e assuma o “diferente“; em tempos de mundo novo, o que vivemos é diferente de como vivemos na nossa adolescência; só isso.
2- Adote uma postura de aprendizado: a curiosidade e o interesse pelo mundo de seu filho, seja ele qual for, são vitais nesta caminhada de conhecimento e aproximação. Busque-o com perguntas abertas (use “como…?”, “o que…?”, “quando…?”) a fim de dar-lhe oportunidade de discorrer sobre o assunto.
3- Continue descobrindo o mundo dele mesmo que ele demonstre pouca paciência para explicar; isso acontece porque, afinal, estamos em estágios “diferentes” de aprendizado sobre tecnologia. Portanto, descanse, mas não desista!
4- Leia, pesquise, converse sobre cursos diferentes dos de sua adolescência. A era digital de hoje trouxe oportunidades incríveis de novas profissões que sequer imaginávamos existir (leia também). Descubra-as! Você vai se surpreender.
5- Pratique o diferente: opinião, pessoas, temas. Não precisa ter opinião prá tudo (leia também), mas flexibilidade para conhecer o novo; o cinza também é uma cor.
6- Conheça os interesses de seu filho adolescente mesmo que não sejam os seus. Ele notará seu apoio e interesse nele.
7- Torne seu filho adolescente referência para aprimorar o assunto que aprendeu com ele (vide item 2). Isso demonstrará sua apreciação pelo que ele é e sabe fazer!
Escolher profissão na adolescência é o começo de uma nova história
As atitudes descritas fortaleceram sua autoestima: O que é a adolescência senão uma fase de transformação em que o adolescente busca sua própria identidade? Estou certa de que você, como eu, quer que seu filho descubra o quão especial ele já é e, nisso, podemos ajudá-lo a descobrir desde já adotando atitudes que contribuam prá isso. Dentro de casa!
Não faço disso uma certeza de futuro, mas um caminho de novas e incríveis possibilidades de escolha para profissões que sequer imaginava existir hoje; é o começo de sua própria história.
Agora é com você! Pratique as atitudes que contribuem com a escolha e a história de seu filho no mundo atual! E não esqueça: compartilhe sua experiência aqui conosco! Afinal, estamos juntas nessa jornada que é ser mãe que é um saco!
Bom exercício e boa sorte!
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