Para lidar com meu adolescente, aprendi a duras penas que preciso continuamente sacar uma nova estratégia para obter resultados diferentes dos convencionais. É exercício de resistência mesmo, ou seja, preciso ser hábil em “neutralizá-lo” para atingir meu objetivo; seja ele qual for.
– O jantar está servido. Vamos, filho! – convido como que o convocando a juntar-se à mesa com a família.
E, como habitualmente acontecia, todos reunidos… exceto ele. Sempre igual; nada diferente a cada dia.
A estratégia inicial
Tão comum quanto básica à maioria dos pais de adolescente, o forçava a se juntar tão logo acionado o convite coletivo. Como resultado – tão comum como esperado pelos pais já habituados com a situação – reclamações contínuas durante o pequeno trajeto até a mesa e uma refeição familiar desde o começo minada.
Tentei nova estratégia: inúmeros reforços do convite aos quais recebia como primeira resposta o silêncio. A princípio, me ignorava e simplesmente não aparecia. Ao segundo reforço, a resposta automática:
– Já vou! – e nem sinal dele.
Ao terceiro reforço, o irritado retorno:
– Tô indo!! Saco!” – quando, finalmente, desistia.
Cortado do script qualquer esboço de quarto reforço – mais que compreensível – desacreditei daquela inocente – e extremamente passiva – estratégia. Assumi nova estratégia e, sinceramente, esperei ter encontrado a fórmula capaz de trazer meu adolescente para uma refeição em família sem me exigir grande esforço e, principalmente, paciência que já não tinha.
Por uma nova estratégia
Após o convite coletivo e um único reforço direcionado a ele especificamente cara a cara, começamos a refeição sem ele e a conversa à mesa fluiu naturalmente. Eis que tempo depois, ele aparece e, sentido, reclama:
– Pô! Ninguém me espera?! Que saco!“.
Devidamente combinados, retomamos o assunto interrompido e meu adolescente, desapercebidamente, se integrou à conversa. Ainda que de forma controversa, entre grunhidos e bufadas mas reunidos e conversando em família durante a refeição o que, pra mim, já era um avanço.
Por longo tempo resisti à ideia de mudar atitudes e tentar novas possibilidades para obter resultados diferentes dos habituais com filho adolescente. Talvez precisasse viver a experiência de ser mãe de adolescente para reconhecer que manter a família unida exige estratégias diferentes a cada fase de vida. Ainda bem que entendi em tempo.
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[…] só porque reverti, também mobilizei filho a fazer o que precisava ser feito; e na hora! Como? Traçando estratégia para burlar o tal detector (sim! ele existe!) e, finalmente, mudar a dinâmica. Portanto, […]