Como educar filho adolescente: 4 meios de contribuir para a formação de filhos emocionalmente saudáveis
Mudando a perspectiva sobre o adolescente de hoje
Em meio a tanta discussão e dúvida de como educar filho adolescente no mundo dito “de hoje”, consegui encontrar um caminho de boas possibilidades. Como a maioria dos pais de adolescente, passei por angústias e conflitos capazes de me tirar o sono.
A boa notícia é que também descobri ser possível transformar a complexa fase em oportunidade de desenvolvimento tanto para filho… quanto para mim. Enquanto críticos da chamada “Geração Z” (jovens nascidos entre 1990-2010) insistiam em apontar as “anomalias” do adolescente pejorativamente chamados “de hoje”, repetia o discurso sem me dar conta do peso dessa conta sobre meu relacionamento com filho.
Assim, influenciada por opiniões alheias e desinformada sobre tudo o que envolve o mundo adolescente “de hoje”, não só repetia uma historia conhecida de conflito de gerações como reforçava o mau uso de uma lente dura e unilateral sobre o mundo. Desapercebidamente, me tornei eu mesma a maior crítica de filho adolescente.
Depois da angústia e da dor do mau relacionamento com filho adolescente, finalmente me dispus a descobrir saídas. Foi quando descobri que educar é ir além das correções: é inspirar o filho a ser o melhor que puder ser. Para tanto, precisei aprender a priorizar o amor em vez da justiça; a (re)conhecer qualidades e inspirar melhorias a fim de extrair o melhor de meu filho adolescente.
Eis que a transformação, até então exclusivamente dele, se estendeu a mim. A fase complicada começou a ganhar ares de desafio bom; daquele que, à medida em que testa nossa capacidade de superação, nos aperfeiçoa. Assim fui descobrindo que o adolescente de hoje tem também inúmeras virtudes que, de tão inegáveis, iluminam a jornada familiar de outra forma. Encarando um novo caminho com o adolescente de hoje, minha história com meu filho ganhou novo enredo e a relação, um novo significado.
Aceitar a geração atual como diferente é premissa para educar filho adolescente
Há quem rotule os jovens da Geração Z como “doentes” e aponte suas fraquezas como únicas e preponderantes. Sem cerimônia, nossos jovens são tachados de egocêntricos, egoístas, individualistas, superficiais, preguiçosos e fracos. Desapercebidamente, concordamos e reforçamos o pior deles.
Triste notar adolescentes sendo reduzidos a tão pouco. Angustiante perceber a injusta repetição inconsciente de pais que igualam seus filhos a todos os jovens de hoje… por baixo. Deplorável observar o arrogante julgamento de filhos, subjugados a pais descomprometidos com o papel de co-autor dessa formação rotulada de doente.
O adolescente de hoje é mesmo diferente; não mais o que foi no passado. Também o mundo, as relações, a vida mudaram. Por isso, educar um filho adolescente hoje precisa de ajustes. Se já se dizia ser difícil lidar com filho adolescente no passado, hoje o convívio ficou ainda mais desafiador.
Não porque o jovem seja “pior” do que foi no passado, mas porque tanto ele quanto as circunstâncias de hoje são diferentes do passado. Por isso mesmo, os conhecidos modelos já não se encaixam tão bem como antes: nos forçam a mudar. Mais: a desbravar novos caminhos para educar filho adolescente hoje.
Educar(-se) é via de mão dupla a quem se dispõe a aprender
Costumava ressaltar o pior de meu filho pensando estar educando pela correção. Em vez disso, o desencorajava a acreditar e a fortalecer suas virtudes. Nutria um jovem insatisfeito e infeliz consigo mesmo. Ansiosa por educar meu filho adolescente com os modelos aprendidos, não notava a dissonância entre o tempo e a forma. Acabava por promover efeito contrário do esperado.
Desperdiçava oportunidades de diálogo as transformando em monólogos e sermões. Em meio a constantes lições de moral, cada vez mais nos afastávamos. Não sem antes também deixar um rastro de mensagens opostas ao originalmente desejado, ou seja, de que não era bom o bastante sendo como era.
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Educar-me para o diálogo com meu filho adolescente foi exaustivo e, às vezes, frustrante. Com o exercício, descobri falhas grosseiras de tão básicas na comunicação. Ajustá-las foi difícil porque me exigiu mudança de comportamento o que, invariavelmente, incomoda.
Porém, o resultado valeu o esforço: a reconexão com meu filho adolescente me recolocou na fundamental função de mãe. Meu filho não só ganhou de volta sua mãe; eu também ganhei, de volta, meu filho. Filho adolescente hoje e no mundo de hoje. Com defeitos… e muitas qualidades também.
Aprender a conviver sob novos modelos é o caminho
Para começar: insistir no uso da força e do poder para educar filho adolescente definitivamente não funciona como antes. Às vezes, até piora a relação entre pais e filhos que, por si só, já está complicada. Além disso, o modelo de nossos pais hoje não basta.
Gostando ou não da notícia, é importante aceitar: precisamos ajustá-lo aos dias de hoje. E a responsabilidade por isso é nossa, de pais de adolescente de hoje. Portanto, comecemos enxergando as diferenças como ponto de partida para o primeiro passo de ajuste.
Quando nos assumimos inflexíveis a novas formas de educar o filho adolescente, paralisamos diante do problema. Ficamos sem saída e, por consequência, nos isentamos da responsabilidade de formar um adulto saudável para o mundo.
Quando insistimos em nos guiar por padrões não mais úteis e tampouco coerentes com a dinâmica de hoje, congelamos em um tempo longínquo incapaz de nos dar as respostas aos conflitos de hoje. Por isso, por mais complexo e desafiador que o adolescente de hoje nos seja, a saída é aprender novas formas de conviver com este novo ser em formação.
4 meios de contribuir com a formação de adolescente saudável hoje
O autoritarismo de mãe me tornou mãe dura e essencialmente julgadora. Para piorar, o rótulo “geração doente” me contaminou a ponto de me impedir de enxergar meu filho sob ângulo… diferente. Um ângulo mais humano, menos autoritário; mais acolhedor, menos frio; mais maternal, menos punitivo.
Aprender como educar filho adolescente hoje exige, antes de tudo, conhecer o filho. Não mais para controlá-lo, mas para desenvolver habilidades pela boa influência. Despertando o melhor de meu filho adolescente, uma nova relação também começou.
1- Elogie antes de corrigir; enalteça o que ele tem de bom reforçando que ele é mais do que o erro cometido.
2- Faça perguntas que incentivem a reflexão de seu filho sobre seus atos; ele pensará sobre seu erro e chegará a conclusões próprias.
3- Valorize seus acertos; ele seguramente faz coisas boas e certas. Enalteça estas também.
4- Reconheça suas tentativas de acerto e/ou correção sobre erros. Tão importante quanto acertar é querer acertar. Ajude-o a não desistir de tentar.
Ao desvendar e reconhecer as qualidades de meu filho adolescente, acessei sua mente e seu coração. Não de forma piegas ou infantil, mas adulta e respeitosa. Não mais guiada pelo poder, mas pela autoridade e pela influência de mãe que verdadeiramente conhece e aceita o filho como é.
A dinâmica entre nós mudou significativamente: minhas palavras passaram a ser efetivamente escutadas; minha opinião, a ser considerada. O relacionamento, até então reduzido a conflitos e julgamentos, ganhou novo ritmo, novo tom. Educar filho adolescente de hoje virou exercício de desenvolvimento… mútuo.
O exercício para pais de adolescente
Hoje enxergo meu filho adolescente com lente diferente da inconsciente e inconsistente crítica. Com defeitos, mas também inúmeras virtudes, agradeço a oportunidade de aprender a conviver com o diferente todos os dias. Além disso, humana que sou, acredito estar neste “novo” mundo para contribuir fazendo o meu melhor sob as circunstâncias de hoje.
Se a geração e todo o mundo mudou, cabe a mim me aperfeiçoar para cumprir a missão de educar meu filho adolescente neste mundo diferente do passado. De permanecer junto de meu filho para ajudá-lo a se aperfeiçoar para o hoje e o amanhã que, certamente, será ainda mais diferente.
Toda esta experiência de mudança me fez despertar para a incrível jornada de desenvolvimento que é mútua e contínua. Dessa forma, abandonei as críticas gratuitas; tornei-me fã e defensora da atual geração porque acredito nestes jovens. Seu potencial, suas virtudes, sua forma de viver o hoje me desafiam a ser adulto melhor hoje. Portanto, usufruo das novas circunstâncias para aprender e evoluir como mãe; como ser humano.
Assim, com muito orgulho e lentes saudáveis sobre meu filho adolescente digo: mude sua ótica, mude seu discurso sobre o adolescente de hoje. Afinal, o mundo de hoje urge pais voltados para o presente, formadores de adultos do futuro.
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