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Bullying parental na adolescência

by Xila Damian

8 sinais de que você, sem perceber, pode estar praticando bullying contra seu filho.

Fazer filho adolescente sentir-se amado e aceito começa em casa

Desde que nascemos, recebemos uma enxurrada de expectativas de nossos pais e até da sociedade: de como seremos, o que faremos, em que nos tornaremos, quem nos tornaremos.  Quando não atendidas, tais expectativas podem se tornar um poderoso arsenal para a prática de bullying na adolescência. Em casa.

Naturalmente, também criamos expectativas  sobre nossos filhos.  Como uma herança subconsciente, reproduzimos o comportamento e erramos.  Erramos feio.

Ao criarmos expectativas e, de acordo com elas, “construirmos” sua personalidade, privamos nossos filhos não só da escolha mas matamos de vez sua identidade.  Minamos sua autoestima e os deixamos ainda mais vulneráveis ao bullying na adolescência.

Aceitar filho adolescente, do jeito que ele é, é prova de amor. Reconhecer no filho adolescente suas qualidades e aceitar seus defeitos é promover e desenvolver nele sua autovalorização; é fazê-lo sentir-se de fato amado e aceito. E isso começa em casa, em família.

Criar expectativas que anulam a identidade do filho o torna vulnerável ao bullying dentro de casa

Uma das maiores angústias que adolescentes vivem é descobrir sua identidade.  Enxergar suas aptidões, seus pontos fracos, identificar seus gostos, sua própria maneira de ser.  Quantos não chegam à fase adulta ainda sem saber…

O senso de pertencimento é necessidade humana, não só de adolescentes.  Porém, é nessa fase que as relações começam a ser construídas.  É quando o apoio da família se torna imprescindível para formar adultos seguros e mentalmente saudáveis.

Ser aceito na adolescência não é fácil.  Lembro quando, em meio a tantas descobertas sobre mim mesma, buscava o grupo de amigos que melhor me ajustasse.  Por vezes, sofri bullying na adolescência.

Enquanto observava o grupo das populares, não me identificava com o das nerds;  me sentia à vontade com o das rebeldes mas me encontrei no das “neutras”, aquelas que ocupam espaço sem alarde, seguras de quem são.  Aquelas que, se conhecendo, se aceitam e, por isso, transitam por todos.

Apesar de o mundo insistir em rotular e categorizar pessoas, as inúmeras identidades é que o tornam tão maravilhoso de ser vivido.  Começa aí o papel dos pais de adolescentes: enxergar e aceitar seu filho do jeito que ele é, sem construir as expectativas que anulam sua identidade e o tornam vulnerável ao bullying na adolescência. Desde casa.

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Ser aceito exige que você seja quem você é

Na luta por construir sua identidade, tento ajudar meu filho a enxergar si mesmo.  Na fase em que o importante é ser igual à turma da qual faz parte, integrar é palavra de ordem.  O desejo inato de ser aceito grita na adolescência e começa em casa.

Costumo acordar alegre, escandalosamente animada.  Energizada e pronta para viver intensamente mais um dia, demonstro esse meu contentamento falando animadanente, fazendo diferentes tarefas ao mesmo tempo.

Por outro lado, meu filho adolescente acorda vagarosamente, mantém sua janela fechada até se sentir devidamente alerta para “encarar” a intensa luz do dia. Ao se deparar comigo sorridente e disposta, me “cumprimenta”:

– Fala sério, mãe:  precisa ser tão barulhenta?  O dia mal começou… Que saco!

As diferenças começam aí: um exemplo simples de personalidades diferentes. Ponto de partida para enxergar meu filho como o indivíduo introspectivo, observador, tranquilo e facilmente irritável que é.  Ele é assim.

Por muito tempo, reclamei a alegria, o ânimo, a energia de iniciar mais um dia.  Não tinha consciência da identidade alheia.  Por me entender saudável e feliz, esperava que meu filho também demonstrasse a mesma atitude como prova de estar criando um ser igualmente feliz.

Um exemplo simplista que me trouxe muito aprendizado:  ser aceito exige que você seja quem você é.  E isso na adolescência, pode ser bem mais difícil do que imaginamos.  A começar de casa.

Praticando bullying com filho adolescente sem perceber

Ser aceito é sentir-se bem onde está e com quem está; é ser admirado por ser quem você é.

Os diferentes gostos (sou do dia, ele, da noite), as diferentes personalidades (sou extrovertida, ele, introvertido) e tantas outras diferenças me conscientizaram do precioso indivíduo que ele já é.

Ao enxergar meu filho adolescente como indivíduo diferente e apesar de mim, alimentei a autovalorização tão necessária na adolescência para também se descobrir e se aceitar.

Ouvi um pai, certa vez, falando de seu filho:

– Ele não faz esporte nenhum!  Odeia futebol, largou a natação e até o basquete, que eu sempre fiz e vivo convidando para jogar, ele recusa.  Só quer saber de desenhar!  Pode isso???

Mal sabia o tremendo talento daquele jovem que, ao desenhar esplendidamente, escancarava seu potencial (e interesse) para as artes, não para o esporte.

Aquele pai, amante do basquete e saudoso da adolescência,  depositava no filho sua expectativa de torná-lo praticante de esportes.  Quem sabe até um exímio jogador!

A dor do filho de não atender as expectativas do pai se escondia diariamente na relação cheia de rusgas, na falta de diálogo e interesses comuns.  As poucas palavras trocadas eram de crítica ou de comando; inconscientemente, aquele pai praticava bullying na adolescência do filho sem perceber.

8 Sinais de bullying contra filho adolescente

A dor da não aceitação do filho adolescente pode começar em casa.  Sem perceber (e querer), vivi a situação ao descobrir os 8 Sinais de Que Você Pode Estar Praticando Bullying Contra Filho Adolescente:

1- ele não é tão descolado ou popular;

3- ele não parece tão inteligente;

4- ele não é tão bom no que eu queria que fosse;

5- ele não é tão expansivo e sociável;

6- ele não é o atleta que queria que fosse;

7- ele gosta de coisas pouco interessantes;;

8- ele não parece interessante.

Ficou evidente para mim que meu filho me desapontava em tudo, absolutamente tudo relacionado às expectativas que eu havia traçado sobre ele.  Me desapontava ele não ser o que eu queria que ele fosse.

Estava literalmente criando meu filho como se tivesse o direito (e o poder!) sobre sua identidade.  Inconscientemente, praticava o tão injusto e cruel bullying na adolescência em casa.

O melhor remédio contra bullying na adolescência: a autovalorização

Ao me dar conta da dor que vinha causando no meu filho por praticar o bullying desapercebidamente, corri em busca de uma mudança radical.

Felizmente, descobri os sinais em tempo de me corrigir. Descobri um indivíduo diferente de mim mas, nem por isso, um estranho.

Ao identificar suas qualidaes, seus defeitos, suas habilidades, seus gostos, passei a me interessar cada vez mais por ele. Aos poucos, fui desvendando o indivíduo que ele é.  Proporcionalmente, fui me tornando uma mãe mais presente, mais acolhedora, mais parceira.  Mais mãe.

Hoje, minha expectativa é diferente mas igualmente alta: a de que meu filho se conheça o bastante para enxergar o indivíduo único e amado que é desde casa.  Valorizando sua identidade, estarei lhe dando o melhor remédio contra bullying na adolescência.

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