Quando viajamos com filhos pequenos, enxergamos uma série de obstáculos… Mas que com o tempo tornam-se hábitos automáticos. Viajar com filhos adolescentes tem seus obstáculos também; é quando percebemos que cresceram e, junto, se tornaram mais participativos do que até então.
A aventura de viajar com filho adolescente
A ideia de viajar com filho adolescente passou a me soar estressante: imaginar disputas e viradas de olho a cada contrariedade me assustava. Por isso, o desejo de viajar sozinha como nos tempos de solteira – e até de casada – me despertava saudade e desejo escondido.
A autonomia de fazer meu próprio roteiro sem ter que considerar outros interesses senão os meus foi perdida quando me tornei mãe. De repente, tudo acontecia em função de filho: atividades, viagens, festas e, de alguma forma, precisava satisfazer os interesses deles em primeiro lugar.
Assim, planejar viagem com paradas repentinas ou desvios de percurso pela simples vontade de exercitar a independência ficaram para trás com a maternidade: No lugar de, a lembrança de um tempo em que era a protagonista e executora exclusiva do plano de viajar.
As crianças cresceram e viraram adolescentes. Finalmente pude planejar minha aventura solo de novo. O desejo era grande mas o desapego… surpreendentemente difícil. Ainda que tivesse curtido reviver a tal experiência tão desejada, voltei correndo para casa ansiosa em rever os filhos e, creia, retomar a rotina de mãe. Mas, com uma diferença: planejando nova aventura. Desta vez, de viajar com filhos, então, adolescentes.
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Viagem em família
Destino e roteiros definidos ao gosto de todos (não tem jeito, inevitável quando se viaja com companhia independente de ser filho). Desta vez, como parceiros de viagem, planejamos a agenda, discutimos percursos e tempo, opções de transporte, locais de interesse. O trabalho de pensar a nova experiência juntos trouxe mais que discussões: trouxe cumplicidade.
Desenhar o plano em conjunto fez surgir as habilidades de cada um. Descobri contar com um ótimo organizador de malas e itinerários; me surpreendi com o hábil e atento navegador que nos poupou de entrar em várias furadas nos caminhos desconhecidos de carro. Reforcei (modéstia à parte) meu dom de dirigir e liderar.
Exercitar nosso melhor, discutir em momentos de tensão e aprender a acalmar uns aos outros foi uma aventura a qual não imaginava passar com filhos adolescentes. Viver a diversidade para o bem comum me lembrou os tempos de vida corporativa em que contar com diferentes perfis dentro da equipe era chave de sucesso.
Na prática, a diversidade na equipe é complementar, é juntar o que cada um faz de melhor para alcançar um objetivo comum. No nosso caso, era viajar em família como protagonistas de uma experiência boa para todos. Foi o que vivemos.
O sucesso de viajar com filho adolescente
De volta pra casa cheia de boas lembranças e experiências, pensei comigo:
– Como foi bom viajar com filho adolescente!
E, refletindo sobre o que efetivamente contribuiu para o sucesso daquela aventura, enxerguei algumas atitudes-chaves:
1- Compartilhei a ideia da viagem em família. Portanto, dê opções de locais possíveis em vez de firmar um destino desde o início;
2- Pedi ajuda nas tarefas de descobrir atrações, mapas e transporte, etc. o que me ajudou a dividir a responsabilidade do planejamento e não precisar saber de tudo sozinha;
3- Reconheci as habilidades de cada um e deleguei tarefas relacionadas incrementando a autonomia do filho adolescente e me aliviando o trabalho;
4- Decidi a viagem reforçando a importante contribuição de cada um o que, de fato, aconteceu: foi de grande ajuda mesmo!
Viajar com filho adolescente é trabalho de equipe
Dividir o plano de viagem com meus adolescentes fez toda a diferença. Em vez de definir tudo sozinha, lhes dei opções e pudemos negociar períodos, locais, itinerários, programas. Ao incluí-los no projeto, os tornei também responsáveis por seu sucesso.
Surpreendentemente viajar com adolescente virou aventura vivida e compartilhada, história; enfim, nossa memória. Foi mais do que a trabalhosa e estressante atribuição de assumir a dianteira de uma proposta solo: foi descobrir que este desenho pode ser prazerosa para todos quando abandono a função de “mãe-sabe-tudo” e me torno líder de uma equipe com o objetivo único de curtir o momento fortalecendo vínculos.
A experiência foi tão boa que já estamos trabalhando em novo plano. Êita que essa equipe está ficando cada vez mais entrosada e, por isso, melhor!
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