Onde começa
Respeito à diversidade se tornou valor indispensável da atualidade. Não por acaso: estamos vivendo profundas mudanças e a pluralidade de opiniões é uma realidade que precisamos aprender a conviver. Por isso, tolerância se tornou palavra de ordem em sociedade humanamente evoluída.
Em um mundo de distintas leituras sobre a vida, garantir a liberdade individual se tornou exercício constante que exige, antes de tudo, respeito à diversidade. Frequentemente solicitados a posicionamentos sobre tudo, travamos embates. Em vez de discussões pautadas por reflexões construtivas, caímos no extremismo e na arrogância destrutiva que corroem relações.
Ao inviabilizarmos o terreno fértil da aprendizagem pelas diferenças, tornamos a convivência familiar insalubre e nos distanciamos da sociedade desejada. Decerto a pluralidade do mundo atual não pode de ser impeditivo de relacionamentos. Ao contrário: precisa ser aprendizagem que aprimora. A começar por pais e filho adolescente.
As diferenças
É indiscutível a ágil e profunda mudança vivida nos tempos atuais. O mundo globalizado diariamente nos surpreende com diferentes leituras de vida. Invariavelmente, somos desafiados a rever opiniões, a discutir novas ideias, a refletir sob diferentes perspectivas e a nos posicionar sobre tudo.
Por um lado, ganhamos novas visões de mundo, ampliamos a ótica de vida, crescemos e evoluímos. Por outro, nos assustamos com questionamentos e diferenças até então inexistentes com filho adolescente. Por certo, a agilidade e o volume de informações contribuem com nossa inquietação de pais pouco familiarizados com essa nova (e exaustiva) dinâmica.
O adolescente, mais do que nunca, participa da dinâmica familiar com a desenvoltura do nativo que cresceu nessa infinidade de possibilidades. Enquanto isso, pais lutam pra aprender a viver a partir e apesar dessa multiplicidade que, cada vez mais, desafia as relações em casa e fora dela.
Campo minado
A pluralidade de opiniões virou realidade e o respeito à diversidade, valor fundamental para as relações naturalmente conflituosas com filho adolescente. Talvez por isso, salvaguardar a harmonia familiar hoje seja desafio: porque em vez de aprender com, resistimos e combatemos a diversidade vivida desde casa.
Ainda que difícil, conviver com as diferenças é terreno fértil de aprimoramento pessoal. Por isso mesmo, exige prática. Nesse sentido, pais de adolescente podem contribuir ou arruinar o exercício. Tudo vai depender de nossa capacidade de conviver com as diferentes leituras de vida que invariavelmente temos de filho adolescente.
Uma amiga, certo dia, desabafou:
– Eles são muito diferentes! Enquanto um é água, o outro é azeite: não se misturam! Brigam por tudo e qualquer coisa porque tem opiniões diferentes. Fico dividida e, ao mesmo tempo, profundamente triste: minha casa virou campo minado onde pensar diferente virou motivo de briga e rompimento entre pai e filho! – finalizou forçada pela voz embargada pelo choro.
Reconheci aquela dor. Como eles, vivi duros conflitos com filho adolescente por pensarmos diferente. Com o tempo, a intolerância às diferenças cresceu e se tornou motivo de distanciamento. Em vez do diálogo efetivo, cedemos ao silêncio pesado de quem abdica de se aprimorar na diversidade. O terreno fértil virou campo minado.
Respeito à diversidade
A educação dita “de hoje” tem sofrido duras críticas. Saudosistas de um tempo pretensamente perfeito formado por uma sociedade comparativamente melhor, arrogantemente impõem sua visão de mundo como a única saída para os conflitos com filho adolescente.
Resistente ao diálogo maduro, também pressupus minha identidade em detrimento à liberdade individual de filho. Ameaçada pelas diferenças e empedernida em conflitos, me fechava em mim mesma. Reativa ao diferente, aos poucos, fui me tornando ilha em um mundo cheio de possibilidades.
A intransigência e a incapacidade à alteridade me fecharam não só ao filho mas ao mundo. Em vez de usufruir da oportunidade de evoluir com respeito à diversidade, desperdicei a chance por incompetência em coexistir com as diferenças.
Nesse novo mundo, investir no respeito à diversidade é vital para construirmos um futuro melhor. Já não quero ter razão; quero aprender e contribuir com uma sociedade melhor e nisso, o exercício com filho adolescente é extremamente útil porque me desafia a pensar sob diferentes perspectivas e a também crescer.
Não nos iludamos: ou nos aprimoramos como pais de adolescente ou não cumpriremos o compromisso de formar adultos melhores. Posto que o desafio e o esforço são proporcionais aos resultados, hoje cultivo o terreno fértil atenta pra continuar aprendendo… a partir e apesar das diferenças com filho adolescente.
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[…] de governante autocrata e totalmente desalinhado com as expectativas da população que dirige. Uma população plural e ávida por mudanças que a amadureça como sociedade; uma sociedade que urge seres pensantes para […]