Em nome da sanidade mental e física
Até os pais mais atentos se surpreendem com a oscilação de humor de filho na adolescência. Frequentemente sofria ataques de mau humor de filho adolescente e, invariavelmente, caía em sua rede de negatividade sem me dar conta da cilada em que havia me metido.
Por vezes também assisti (e ainda assisto) mães passarem pela mesma situação e serem contaminadas pelo péssimo humor de filho. Como elas, também reagia aos ataques usando a mesma moeda o que, invariavelmente, acabava em discussões tão bobas quanto inúteis. Em suma, o mau humor contagiava a todos e não nos levava a nada.
De tanto se repetir, cansei: precisava mudar aquela situação insuportável de mau humor gratuito. Passei a observar mais a dinâmica das interações. Com isso, descobri meus gatilhos emocionais, ou seja, o que de fato acionava minha reatividade. Depois, descobri o que contribuía pra que as discussões evoluísse para o descontrole total.
Reverter o natural (e contornável) mau humor de filho adolescente me forçava a um autocontrole que, por vezes, não tinha. Porém, o descompasso me irritava mais, o que me convenceu a buscar saídas. Se não fosse pela minha sanidade mental seria, pelo menos, pela minha saúde física. No final das contas, foi por tudo.
Fugindo da cilada
Depois que aprendi a não ceder sobre meus “inegociáveis”, filho finalmente aprendeu a não mais forçar a barra pra matar o curso de inglês que tanto odiava, segundo ele. Por um lado, demos uma trégua nas discussões; por outro, tive que aprender mais sobre mau humor de adolescente. Quando pensava que ia relaxar um pouco, tive que aprender mais.
Costumava receber filho animada, o que de cara já o irritava (não sei porquê). Perguntado sobre seu dia, grunhia mau humorado:
– Um saco como sempre. Quero sair do inglês, não preciso mais disso.
– Ah, tá! – respondia de imediato – Pois saiba que tem muita gente que sequer tem a chance de estudar! Devia dar mais valor ao que tem em vez de reclamar – concluía assim a habitual ladainha.
Sabemos onde esse tipo de diálogo acaba. De fato, acabava “lá”: no buraco escuro das discussões inúteis que não ajudam em nada e ainda aumentam os conflitos entre pais e filho adolescente. A recorrente e conhecida situaçao me cansou. Em vez de seguir com aquela dinâmica previsível e exaustivamente repetitiva, quis tentar nova tática. Afinal, precisava manter minha saúde mental e física por mais tempo.
Transformando mau humor de filho adolescente
Decidida a não mais me deixar contagiar pelo mau humor de filho adolescente, aprendi a reconhecer e a evitar os gatilhos que me jogavam em discussões tolas como aquela. Em vez de me igualar à sua negatividade, aprendi a resistir e a retribuir… em tom oposto.
Assim aconteceu naquela tarde. Ao contrário do que esperava, respondi diferente ao seu costumeiro ataque de mau humor:
– Sério? Tive um professor de inglês ótimo! Até hoje lembro dele com carinho… me ensinou muito.
– Grande coisa… aposto que ele era tão chato quanto o meu hoje – replicou.
A partir dali, não havia mais motivo pra continuar. Quanto mais respondesse, mais me envolveria naquela nuvem de mau humor e retroalimentaria o ciclo vicioso da negatividade. Por isso, me esforcei pra manter o autocontrole e transformar sua rabugice em algo melhor. Afinal, contra meus “inegociáveis”, não há argumentação… nem sob ataques de mau humor.
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Sobrevivendo… até o próximo desafio
Súbitos e frequentes ataques de mau humor na adolescência são comuns nessa fase. Ainda que a revolução hormonal até ajude a explicar esse comportamento, não quis me resignar a entrar no ciclo vicioso de sua negatividade a ponto de comprometer minha própria sanidade mental e física.
Por isso, mais que entender seus rompantes de antipatia, aprendi a reconhecer os gatilhos que acionavam seus ataques e a me precaver contra eles. Gradualmente enfraquecido, seu mau humor foi cedendo até finalmente sucumbir às minhas retribuições de humor.
Como das outras situação, também sobrevivi a essa. Porém, ao contrário de antes, não me dou ao luxo de relaxar. Afinal, a experiência já mostrou que, sendo mãe de adolescente, todo dia é dia de enfrentar novo desafio. Qual será o próximo?
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