Fazendo nada…férias!

Férias escolares é uma delícia: sem horários, sem compromissos… A saborosa liberdade de fazer o que quer quando quer. O adolescente de férias está livre para ser dono de seu nariz!

Viva as férias!

Já para os pais… bem, para a mãe em especial, mobilizada em ocupar esta agenda em branco com atividades, viagens com amigos, temporada com tios, programas diferentes (até simples, mas restritos no período escolar) não é uma época tããão deliciosa assim; isso porque se preocupa além da conta para pensar e implementar opções, várias opções…

Difícil entender que, diante de tantas possibilidades (a criatividade das mães é incrível!), o adolescente quer usufruir deste tempo livre para fazer exatamente o oposto: NADA.

Dorme tarde (na verdade, de madrugada), acorda tarde (quer dizer, À tarde), recusa o café da manhã (“é tarde!”), não quer almoçar (“acabei de acordar!”) e, quando finalmente sai do torpor ao fim da tarde, tem fome (“não tem almoço?”)… afff!

Uma amiga relatou outro dia que, trabalhando, foi surpreendida com a mensagem da filha de 13 anos: “Mãe, João vem me pegar em casa para sairmos e me traz de volta mais tarde.” Assustada com o comunicado (!) simplista, lançou uma série de perguntas previsíveis (para as mães, claro!): “Como assim?! QUEM é João? De onde você o conhece? Onde mora? Onde vocês vão? Quem os levará?” Achou melhor usar o telefone para conversar… relatou que, “depois de respirar fuuuundo” estabeleceu uma conversa orientadora sobre comportamento, riscos, combinações até culminar com a frase “…convide seus amigos quando quiser para nos visitar em casa e os receberemos bem.”

Não esperava, contudo, que seguiria sua sugestão tão rapidamente.

Dia seguinte, nova mensagem apitou no telefone (por volta das 15hs, logo após sua adolescente ter acordado… não falei?!) que dizia: ” Mãe, João, Beto e Luiza estão vindo aqui pra casa.” Assustada (de novo!) com o comunicado simplista (de novo!), ligou para ela e iniciou (sem respirar fundo desta vez): “Como assim?! Estou trabalhando, não há nada organizado em casa para recebê-los e você não me avisou com antecedência!” E, como de praxe, comum a todo adolescente, a célebre frase ecoou: “Mãe, você é um saco! Ontem, você mesma falou para convidar meus amigos e agora reclama?!”

Há quem diga que adolescente é assim: imprevisível, impulsivo e simplista. Eu diria que é sem noção mesmo. Mesmo quando os impulsionamos à socialização e tentamos demovê-los da inércia, nos surpreendemos com seus desatinos; o “fazer nada” virou um combinado repentino de última hora; e aaai de não ser realizado por sua causa!

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Concluo, portanto, que vale mais a pena respeitar o ritmo (ainda que lento) daquelas poucas horas diurnas que restam no dia de seu adolescente deixando-o em sua inércia “criativa” sem grandes pressões e empurrões.  Afinal, o que parece simples, pode complicar…

Viva as férias! Viva a liberdade de fazer… nada!