Atire a primeira pedra a mãe que nunca sofreu para colocar seu filho no banho. Não, não estou falando de quando bebê, mas de seu adolescente no banho. Apesar de grandinho para ser “colocado lá”, ainda nos força a encarar este desafio como o primeiro banho após o nascimento. Tremendo desperdício de energia (em todos sentidos) considerando tantos outros desafios mais importantes a serem vencidos como mãe de adolescente.
Sim, colocar adolescente no banho!
Sou da opinião de que banho não só traz o beneficio óbvio da higiene pessoal como as consequências vantajosas do bom cheiro, do elogio, do frescor, do bem-estar inerente a quem se cuida. E, nesta fase de investidas ao sexo oposto, importante alertar meu adolescente sobre alguns pontos de vantagem que, na “largada”, já contribuem para uma boa impressão inicial…penso eu.
Só que não. Não raro tenho que entrar em cena para direcionar (obrigar mesmo, vai) meu adolescente a este momento revigorante e, confesso que perdi a vergonha de relatar tal situação depois de ouvir diferentes mães que passam pelo mesmo martírio… todo dia!!!
Apelando com argumentos narcisistas do tipo “mulher gosta de homem cheiroso” e “vai ficar ainda mais bonito”, meu adolescente sempre escapa com frases furtivas a cada investida. Comum lembrá-lo (como alguém pode esquecer de tomar banho?) com falsa displicência “já tomou seu banho hoje?” e receber como resposta frases evasivas como “daqui a pouco”, já vou”, “tô indo”. Neste ponto, percebo: o duelo está armado.
Em tom enérgico me prostro à porta do quarto para ordenar: “Para o banho! A-GO-RA!” Bingo! De cabeça finalmente erguida e olhando para mim (me notou!) com olhos arregalados e assustados como quem se pergunta “o que aconteceu?!”, se levanta e segue para o banheiro como um recruta acatando a ordem de seu sargento. Subitamente, se sente capaz de marcar o território novamente ecoando sua frase padrão:
“Mãe, você é um saco!”
Vencido mais um desafio! A porta se fecha e posso ouvir o som da água finalmente caindo e, acredite, uma cantoria começar… Relaxada (e cansada!) me refugio à frente da TV para qualquer coisa sem compromisso. Absorta por 30 minutos (nem percebi!, noto a porta do banheiro ainda fechada, a água ainda caindo e a cantoria ainda mais alta e frenética!
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“Valha-me! Quando isso vai acabar?” penso com olhos revirados seguidos de um longo suspiro e cochichando para mim mesma: “conheço este capítulo.” Levanto-me para, agora, TIRÁ-LO do banho… mas essa é oooutra história.
1 Comment
MD, sempre digo q a ciência deve ter alguma explicação p tamanho desprezo pelo banho nessa idade. Não gosto nem de lembrar!!!!!