5 meios de motivar seu filho a enfrentar o medo que paralisa
Vulnerabilidade na adolescência é um mal necessário
Sabe aquela angústia que sentimos quando filho adolescente precisa arriscar para fazer o que quer (ou deve) para “mudar de nível”? Por mais que queiramos (e devamos) preparar nossos filhos para o mundo, a vulnerabilidade na adolescência também nos torna um tanto medrosos. Experimentar o risco nos soa arriscar demais.
Em um mundo caótico e muito diferente do que vivi, sinto mais medo que antes. Menos pela idade e mais pela responsabilidade de ser mãe, hoje penso muito antes de agir. Graças à vulnerabilidade da adolescência, mudei bastante. Ainda bem.
Enquanto isso, filho adolescente vive a idade em que pode (e deve) arriscar. Essa, aliás, é a hora: tem tempo para recuperar perdas, curar feridas, ajustar arestas, aprender com os erros. Sob este prisma, que desafiadora e instigante fase é a adolescência: fase da vulnerabilidade que desenvolve, “cria carcaça” como ouvia dos meus pais.
A vida, cheia de opções, exige escolhas que escreverão nossa história. Naturalmente, pais de adolescentes temem essas escolhas: sentem-se tentados a poupar o filho dos riscos, das frustrações e das consequências de uma má escolha.
No entanto, somos formados não só dos sucessos mas mais ainda da forma como superamos nossos insucessos e frustrações. É quando passo a entender a vulnerabilidade na adolescência como um mal necessário.
Sabedoria, sempre ela…
Vivo o dilema entre dar e soltar a linha do meu filho, entre dar-lhe liberdade e protegê-lo. O difícil equilíbrio dessa equação pode perdurar até quando adultos, mas certamente começa na adolescência.
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Temo. Por isso, penso muito antes de agir. Sinto-me mais segura de refletir sobre diferentes possibilidades, saídas, oportunidades antes de qualquer grande decisão. A maturidade me trouxe este aprendizado: conhecer o meu tempo e confiar na minha intuição.
Considerando que a estrada do meu filho está apenas começando, tento apresentar-lhe a importância de cultivar momentos de quietude, de reflexão, de estar consigo mesmo; de se sentir. De descobrir sua intuição até que se sinta suficientemente seguro de confiar nela.
Enquanto isso não se consolida, a responsabilidade pelo tal equilíbrio entre o dar e soltar a linha da pipa continua sendo minha. E prá isso ser bom, é preciso sabedoria para lidar com a vulnerabilidade na adolescência.
O medo que paralisa se transforma em fantasma
Meu filho adora surfar. Sua paixão. Porém, teme ferozmente arriscar a entrada no mar onde as ondas se formam lá no fundo. Sente-se confortável até onde a onda se mostra parceira levando-o exatamente para a direção que ele quer. Em sua zona de conforto, domina o território e se diverte. Sai feliz do mar.
Certo dia, ao chegar na praia, olhou o mar e sentiu a imensa vontade de arriscar, ir além do conhecido, da sua zona de conforto. Não contava, contudo, que o medo impediria a concretização de seu desejo. Frustrado, me confessou:
– Mãe, sinto raiva de mim quando o medo me impede de fazer o que quero.
Sensibilizada com a confissão, titubeei e, tentando animá-lo, disse:
– Filho, o medo é importante para nos proteger do perigo. Quando ele paralisa, se torna um fantasma. Não permita que isso aconteça. Calcule o risco e siga!
– Mãe, já tenho esse fantasma e não sei como acabar com ele! Que saco!! respondeu ainda mais frustrado.
Entendi o recado: precisava ajudá-lo a mudar esse cenário de forma prática. Precisava ajudá-lo a encontrar meios de vencer aquele medo que o incapacitava de avançar, de passar para o nível seguinte, de arriscar.
Fiquei sem resposta, aquela que pudesse efetivamente encorajá-lo, empurrá-lo para a ação, que o motivasse a varrer seu fantasma prá bem longe e seguir. Tive que buscar meios práticos de como transformar a vulnerabilidade na adolescência em desenvolvimento.
Detalhe: eu também estava com medo.
5 Meios de motivar filho adolescente a enfrentar o medo que paralisa
Medo da vulnerabilidade do filho não é desconfiança de sua capacidade: é medo do risco envolvido. Ao me conscientizar de que a partir do risco desenvolvemos a coragem e a ousadia para avançar, encontrei 5 Meios de Motivar Filho Adolescente a Enfrentar o Medo Que Paralisa:
1- ensine-o a identificar seu objeto de desejo: neste caso, surfar no fundo;
2- acolha seu medo interno mostrando que é normal senti-lo mas o único capaz de vencê-lo: enfrentando-o.
3- alerte-o sobre o precioso resultado da iniciativa de dar o primeiro passo, o mais difícil; depois dele, outros vem…naturalmente.
4- assegure-lhe apoio ; não importa o que aconteça, pais estão sempre a postos e de braços abertos para acolher filho.
5- motive-o a enxergar sua força; seguramente maior do que se imagina, ela sempre está ali, escondida, só aguardando uma chance para se exibir.
Formando indivíduo corajoso e ousado para viver a arriscada jornada chamada vida
Todos temos fantasmas e enfrentá-los é exercício sem fim. A vida exige isso desde cedo e, como mãe de adolescente, meu fantasma maior foi não saber como ajudá-lo em situações tão iniciais.
Pelo meu filho adolescente, temia que tentando, errasse e não conseguisse tirar lições, aprender, tentar de novo; temia que desistisse, caso se frustrasse. Por outro lado, temia que, não tentando, ele perdesse a chance de saborear o sucesso com todo o risco de insucesso que viesse junto.
Contudo, também por ele, me enchi de coragem para ajudá-lo. Hoje, ao enfrentar meus próprios fantasmas, penso estar contribuindo para formar um indivíduo corajoso e ousado para viver a arriscada jornada que é a vida. Teremos, então, eu e ele definitivamente avançado para outro nível.
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